Notícia
Bloco: Responsabilidade de governo dependente do reforço eleitoral
"Temos a certeza de que alcançaremos a força para ser parte de um governo quando o povo quiser", disse Catarina Martins no discurso de encerramento da Convenção do Bloco de Esquerda.
11 de Novembro de 2018 às 16:04
O Bloco de Esquerda assumiu na XI Convenção deste fim de semana a vontade de vir a assumir funções governativas após as legislativas de 2019, mas condicionou-as a um reforço eleitoral que nunca quantificou.
"Não nos perguntem por isso se queremos fazer parte do próximo governo que ainda não foi eleito, porque temos a certeza de que alcançaremos a força para ser parte de um governo quando o povo quiser", afirmou Catarina Martins na sua intervenção de hoje no encerramento da XI Convenção Nacional, em Lisboa.
Esta ideia foi sendo sublinhada durante os dois dias de trabalhos com expressões como o partido está agora "mais preparado" ou, como preferiu a dirigente Mariana Mortágua, "pronto" para integrar o governo.
Depois de ter feito um balanço dos acordos com o Governo minoritário do PS, no qual reconheceu o contributo socialista para o fim da austeridade, a líder do partido indicou as cinco reformas estruturais que o BE considera essenciais.
Uma nova lei de bases da saúde, que o BE reclama que deve ser aprovada em 2019, a demografia, o combate às alterações climáticas, o controlo público do sistema de crédito e dos bens comuns e a criação da entidade da transparência, foram as propostas apresentada por Catarina Martins após ter sido reconduzida coordenadora do BE.
Neste percurso do BE enquanto um dos partidos que desde 2015 viabilizaram o governo minoritário do PS, lembrou também os "momentos difíceis" da "geringonça" mas disse que só houve um "em que a legislatura esteve em risco", que foi quando, em Janeiro de 2017, o Governo tentou reduzir a Taxa Social Única (TSU) dos empregadores.
Na reunião magna que se iniciou no dia em que passaram três anos da assinatura dos acordos com o PS, Catarina Martins lembrou que estes "provaram que a histórica inclinação do Partido Socialista para se entender à direita não resultava de uma indisponibilidade da esquerda".
"Só por essa evidência, estes três anos já teriam mudado a democracia para melhor e para sempre. Aquele voto com medo da direita e que preferia uma solução má a uma solução péssima, esse voto útil morreu. Paz à sua alma", ironizou.
A coordenadora do BE defendeu que "a política mudou porque o PS não teve maioria absoluta e porque cresceu a força da esquerda".
Louçã diz que acordos com PS são "irrepetíveis"
Antes deste discurso na abertura da Convenção, o fundador do BE Francisco Louçã considerou irrepetíveis os acordos e pediu um "contrato muito melhor".
Já na sua intervenção à Convenção, o antigo coordenador garantiu que "o Bloco é a segurança de quem não volta atrás com a palavra dada" e cumpre os compromissos, considerando que o partido se levanta como alternativa.
"Sabes, Catarina [Martins] há tempos eu via o Toy Story com as minhas netas e um personagem, perguntado para onde vai, diz que é para o infinito e mais além. Eu sei que este Bloco é mais humilde, aprendemos que o próximo passo e o caminho são mais concretos do que um infinito que nunca existe, mas sabemos para onde vamos, a tua força, a nossa força", disse Francisco Louçã.
Maria Matias será cabeça de lista às europeias
A pouco mais de seis meses das eleições europeias, o BE anunciou que a eurodeputada Marisa Matias será a cabeça de lista.
A eurodeputada defendeu na sua intervenção que, depois destes três anos, "nada será como antes na democracia portuguesa" porque caiu "o mito do arco da governação", destacando que a esquerda "não foi ingénua e não entrou no Governo".
Numa convenção em que o vereador demitido Ricardo Robles não esteve presente, mas na qual o seu substituto Manuel Grilo surgiu como uma das novidades na lista de Catarina Martins à Mesa Nacional.
Uma reunião de dois dias em que todos os oradores só podem falar durante quatro minutos, o partido homenageou ainda o antigo líder João Semedo e prometeu voltar a colocar na ordem do dia as suas duas últimas causas políticas.
A lista da moção A para a Mesa Nacional do BE, encabeçada por Catarina Martins, teve hoje 457 votos, conseguindo 70 dos 80 mandatos, enquanto a moção C elegeu os restantes 10, sendo a coordenadora reconduzida no cargo.
Sobre divergências com o PS relativamente às regras de Bruxelas, o fundador Luis Fazenda lembrou: "António Costa disse que éramos bons para ser amigos, mas não para casar. Para nós, não faz sentido casar com o Eurogrupo".
"Não nos perguntem por isso se queremos fazer parte do próximo governo que ainda não foi eleito, porque temos a certeza de que alcançaremos a força para ser parte de um governo quando o povo quiser", afirmou Catarina Martins na sua intervenção de hoje no encerramento da XI Convenção Nacional, em Lisboa.
Depois de ter feito um balanço dos acordos com o Governo minoritário do PS, no qual reconheceu o contributo socialista para o fim da austeridade, a líder do partido indicou as cinco reformas estruturais que o BE considera essenciais.
Uma nova lei de bases da saúde, que o BE reclama que deve ser aprovada em 2019, a demografia, o combate às alterações climáticas, o controlo público do sistema de crédito e dos bens comuns e a criação da entidade da transparência, foram as propostas apresentada por Catarina Martins após ter sido reconduzida coordenadora do BE.
Neste percurso do BE enquanto um dos partidos que desde 2015 viabilizaram o governo minoritário do PS, lembrou também os "momentos difíceis" da "geringonça" mas disse que só houve um "em que a legislatura esteve em risco", que foi quando, em Janeiro de 2017, o Governo tentou reduzir a Taxa Social Única (TSU) dos empregadores.
Na reunião magna que se iniciou no dia em que passaram três anos da assinatura dos acordos com o PS, Catarina Martins lembrou que estes "provaram que a histórica inclinação do Partido Socialista para se entender à direita não resultava de uma indisponibilidade da esquerda".
"Só por essa evidência, estes três anos já teriam mudado a democracia para melhor e para sempre. Aquele voto com medo da direita e que preferia uma solução má a uma solução péssima, esse voto útil morreu. Paz à sua alma", ironizou.
A coordenadora do BE defendeu que "a política mudou porque o PS não teve maioria absoluta e porque cresceu a força da esquerda".
Louçã diz que acordos com PS são "irrepetíveis"
Antes deste discurso na abertura da Convenção, o fundador do BE Francisco Louçã considerou irrepetíveis os acordos e pediu um "contrato muito melhor".
Já na sua intervenção à Convenção, o antigo coordenador garantiu que "o Bloco é a segurança de quem não volta atrás com a palavra dada" e cumpre os compromissos, considerando que o partido se levanta como alternativa.
"Sabes, Catarina [Martins] há tempos eu via o Toy Story com as minhas netas e um personagem, perguntado para onde vai, diz que é para o infinito e mais além. Eu sei que este Bloco é mais humilde, aprendemos que o próximo passo e o caminho são mais concretos do que um infinito que nunca existe, mas sabemos para onde vamos, a tua força, a nossa força", disse Francisco Louçã.
Maria Matias será cabeça de lista às europeias
A pouco mais de seis meses das eleições europeias, o BE anunciou que a eurodeputada Marisa Matias será a cabeça de lista.
A eurodeputada defendeu na sua intervenção que, depois destes três anos, "nada será como antes na democracia portuguesa" porque caiu "o mito do arco da governação", destacando que a esquerda "não foi ingénua e não entrou no Governo".
Numa convenção em que o vereador demitido Ricardo Robles não esteve presente, mas na qual o seu substituto Manuel Grilo surgiu como uma das novidades na lista de Catarina Martins à Mesa Nacional.
Uma reunião de dois dias em que todos os oradores só podem falar durante quatro minutos, o partido homenageou ainda o antigo líder João Semedo e prometeu voltar a colocar na ordem do dia as suas duas últimas causas políticas.
A lista da moção A para a Mesa Nacional do BE, encabeçada por Catarina Martins, teve hoje 457 votos, conseguindo 70 dos 80 mandatos, enquanto a moção C elegeu os restantes 10, sendo a coordenadora reconduzida no cargo.
Sobre divergências com o PS relativamente às regras de Bruxelas, o fundador Luis Fazenda lembrou: "António Costa disse que éramos bons para ser amigos, mas não para casar. Para nós, não faz sentido casar com o Eurogrupo".