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André Jordan: Caso que envolveu Horta Osório "é o suprassumo da hipocrisia"

O empresário André Jordan acredita que o banqueiro português "caiu por três vezes" da gestão de instituições de topo "por não fazer parte do núcleo duro". "Nunca percebeu a resistência passiva, sabotadora da sua ação."

João Cortesão
26 de Janeiro de 2022 às 21:38
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Aos 88 anos, o empresário André Jordan, considerado por muitos como o pai do turismo português, continua a ser um espectador atento da realidade política e económica. Sobre a saída polémica de António Horta Osório do Crédit Suisse, por violação das regras do confinamento da Suíça, o gestor considera que o caso "é o suprassumo da hipocrisia".

"Todos os bancos e grandes empresas fazem o que ele fez", desabafa André Jordan no próximo episódio do podcast "Conversas Visíveis", que é publicado esta quinta-feira.

Jordan lembra que não é amigo nem próximo do banqueiro, mas sente que a experiência vivida por Horta Osório é próxima do que experienciou quando trabalhou noutros países. "Ele, em três ocasiões, trabalhou em empresas estrangeiras e não fazia parte do núcleo duro", conta o empresário na conversa moderada por Jorge Marrão e Diana Ramos.

"Mesmo no Santander ele era amigo do poder, mas não era amigo das estruturas. No Lloyds ele teve o breakdown porque teve uma resistência surda. Eu também vivi isso, não se sabe de onde ela vem [a resistência surda], mas tudo o que se tenta fazer é sabotado", contou o luso-brasileiro de origem judaica polaca.

"[António Horta Osório] 
nunca percebeu a resistência passiva, sabotadora da sua ação, e caiu três vezes por causa disso", resume.

Numa longa conversa com o cronista da Mão Visível e a diretora do Jornal de Negócios, o empresário abordou também um dos seus temas preferidos, o turismo. E defendeu a implementação de uma taxa única de 12%, o regresso dos vistos gold e a instalação de um Museu dos Descobrimentos no país.

Crítico feroz de Donald Trump, André Jordan olhou também para a situação política nos Estados Unidos. Navegou pelas idiossincrasias do Brasil e analisou a fragilidade europeia no atual contexto geopolítico. "Não sei se há ainda valores comuns ao espaço europeu", lamentou.

O que são as Conversas Visíveis?

As Conversas Visíveis são um novo projeto que é complementar da Mão Visível, o espaço de opinião que junta Álvaro Nascimento, António Nogueira Leite, Joaquim Aguiar, Jorge Marrão e Paulo Carmona. A cada quinze dias, dois destes colunistas vão conduzir um entrevistado pelos "mistérios da estrada da democracia em Portugal". Excecionalmente, esta semana a moderação contou com a participação da jornalista Diana Ramos.

 

As Conversas Visíveis procuram identificar o que está na sombra da política, o que se esconde nos discursos e nas decisões, mas que acabará sempre por se revelar na realidade efetiva das coisas. O compromisso assumido pela equipa da Mão Visível é o de que irá falar sobre as sombras e os mistérios da democracia portuguesa, onde se escondem os fatores que geram endividamento sem estimularem crescimento, onde se agravam as desigualdades sociais e onde persiste o crescimento da despesa pública e da expansão de funções do Estado.

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