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25 Abril: PS critica quem quer "normalizar os descendentes dos fascistas"

Porfírio Silva afirmou que a mudança que se iniciou a 25 de Abril de 1974 é "para continuar", e que é "preciso que os mais novos venham a essa transformação".

José Sena Goulão/Lusa
25 de Abril de 2023 às 18:02
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O socialista Porfírio Silva (na foto) criticou hoje quem quer "normalizar os descendentes dos fascistas", confundindo a "extrema-direita antidemocrática com a esquerda parlamentar", e defendeu a necessidade de "lutar contra os inimigos da democracia".

"Quem confunde a extrema-direita antidemocrática com a esquerda parlamentar e quer normalizar os descendentes dos fascistas está muito enganado acerca do que é preciso fazer hoje", afirmou o diretor do gabinete de estudos e secretário nacional do PS.

Porfírio Silva falava aos jornalistas durante o tradicional desfile do 25 de Abril, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. O membro da Comissão Permanente do PS afirmou que a mudança que se iniciou a 25 de Abril de 1974 é "para continuar", e que é "preciso que os mais novos venham a essa transformação".

"Pensávamos que a democratização estava garantida, mas hoje sabemos que para conseguir continuar o desenvolvimento, temos que voltar a lutar pela democracia, temos que voltar a lutar contra os inimigos da democracia, contra aqueles que não respeitam as regras de convivência", defendeu.

Questionado se estava a referir-se ao Chega, Porfírio disse estar a "falar de todos aqueles que não respeitam as regras da convivência democrática" e também "daqueles que confundem tudo", nomeadamente "quem confunde a extrema-direita, que tem saudades do fascismo e que se pudesse faria uma nova ditadura", com a "esquerda parlamentar".

O deputado do PS afirmou que os socialistas têm "diferenças programáticas, propostas diferentes, mas a esquerda parlamentar faz parte da democracia, é uma contribuinte líquida para a pluralidade, para o pluralismo democrático".

Porfírio Silva defendeu também que "a saúde democracia nunca está garantida contra aqueles que fazem tudo" para a destruir e apontou que "o primeiro momento para destruir a democracia é substituir a argumentação, as razões, o contraditório democrático pela violência verbal, e a violência verbal normalmente é o primeiro ponto para a violência física". E apelou ao "respeito pela diferença" e pelas "regras democráticas".

"Nós precisamos disso para que o país se continue a focar no combate pelas condições de vida das pessoas, porque há muita coisa para melhorar, nós temos consciência disso, há muita coisa ainda para fazer", defendeu.

Questionado sobre o ano de governação socialista com maioria absoluta e as polémicas em que esteve envolvido o Governo, o deputado do PS disse que "há erros, há coisas que, em termos comportamentais, era melhor que fossem de outra maneira".

"Mas estamos convictos de que, no essencial, naquilo que diz respeito a combater a crise inflacionista e combater as consequências de uma guerra na Europa e continuar a lutar pelas condições de vida dos portugueses, estamos conscientes de que, nesse aspeto fundamental, vamos conseguir chegar lá e vamos conseguir dar uma oportunidade àqueles que na sociedade têm menos oportunidades", salientou.

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, tinha já acusado o líder do PSD de ter um "discurso dúbio" sobre o Chega e de estabelecer "falsas equivalências" com a esquerda parlamentar, defendendo que é preciso "ajudar o PSD a salvar-se como partido democrático".

À saída da sessão solene comemorativa do 25 de Abril, o dirigente socialista mostrou-se preocupado com as declarações do presidente do PSD, Luís Montenegro, que tinha falado momentos antes, criticando-o por "fazer equivalências" entre os partidos à esquerda do PS no parlamento "e a extrema-direita".

Luís Montenegro afirmou que "os extremismos fazem mal à democracia, sejam de direita ou de esquerda", e voltou a recusar o apoio de "políticos ou políticas" racistas, demagógicas ou irresponsáveis, criticando o PS por estar hoje "muito focado em digladiar-se politicamente com a extrema-direita, esquecendo que há pouco tempo andava de braço dado com a extrema-esquerda".
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