Mario Draghi anunciou hoje que a autoridade monetária europeia se compromete, pela primeira vez na sua história, a manter os juros nos níveis actuais ou mais baixos por um "longo período de tempo". Esta é uma garantia que o BCE nunca deu de forma tão explícita no passado – aliás, era famosa a expressão em Frankfurt de “nós nunca nos comprometemos com decisões futuras” de taxas de juro.

“O Conselho de Governadores espera que as taxas de juro centrais do BCE permaneçam nos níveis actuais ou mais baixos por um período longo de tempo”, afirmou o presidente do BCE, clarificando que qualquer decisão de subida de juros dependerá da análise de três variáveis: expectativas de inflação, actividade económica e dinâmica monetária.

O BCE anuncia assim um “enviezamento descendente para as taxas de juros para o futuro que conseguirmos prever, que está ligado a estes três conjuntos de variáveis”, continuou Draghi, defendendo que esta posição está em linha com o mandato do BCE que prevê manter a taxa de inflação próxima, mas abaixo de 2%, uma mandato que funciona tanto para cima, como para baixo desse limite.

A posição do BCE surge no mesmo dia que o novo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, anunciou a alteração da política monetária no Reino Unido através da introdução de um indicação futura sobre a evolução dos juros, afastando qualquer subida em 2015.