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BCE vai rever a sua estratégia "em breve". Lagarde promete "análise e mente aberta"
Tal como a Fed, o BCE vai embarcar numa revisão da estratégia de política monetária. Lagarde admitiu que o dilema passa pela definição concreta do objetivo, mas disse ser "prematuro" fazer mais comentários, remetendo para o Conselho do BCE.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, anunciou esta segunda-feira, 2 de dezembro, que a revisão da estratégia de política monetária "vai começar em breve". E garantiu que serão seguidos dois princípios: "análise e mente aberta".
Este anúncio foi feito na primeira audição no Parlamento Europeu de Lagarde enquanto presidente do BCE. No discurso introdutório, a francesa revelou que está a "tentar aprender alemão" assim como a "linguagem da política monetária" - admitindo a sua inexperiência nesta área - para não "desiludir" face ao peso de palavras e subtilezas no discurso dos bancos centrais. "Não interpretem em excesso", pediu.
Feito o 'disclaimer', Christine Lagarde informou os eurodeputados sobre as suas primeiras quatro semanas enquanto presidente do BCE, passando pelas condições económicas e a atual posição da política do BCE, seguindo depois para o futuro da política monetária. E é aí que surge a revisão da estratégia, algo que é "relativamente comum nos bancos centrais, ainda que o seu âmbito e objetivo varie frequentemente". A última vez que o banco central da Zona Euro fez mudanças foi em 2003.
"Nos últimos 16 anos muita coisa mudou", assinalou a agora presidente do BCE, argumentando que o "conhecimento convencional foi desafiado e a política monetária a nível global explorou territórios desconhecidos", nomeadamente o ambiente de "baixa inflação" e a preocupação com a emergência climática. Tal também forçou outros bancos centrais, como a Reserva Federal norte-americana, a rever a sua estratégia. O Banco do Canadá, por exemplo, revê a estratégia a cada cinco anos.
"Uma questão que hoje é comum à comunidade inteira dos bancos centrais é como definir da melhor forma o objetivo de médio-prazo da política monetária de forma a assegurar que as expectativas estão ancoradas solidamente", afirmou Lagarde, referindo que a revisão dessa meta poderá ser "particularmente benéfica" neste momento em que a "folga" da política monetária para apoiar a economia face a desenvolvimentos adversos é "mais limitada do que era antes da crise".
Em causa está o objetivo atual de estabilidade de preços, que é definida por uma inflação "próxima, mas abaixo de 2%", que guia todas as medidas de política monetária do BCE. A Bloomberg noticiou recentemente que a revisão poderá simplificar o objetivo para uma inflação de 2%, o que poderá permitir a manutenção da política monetária acomodatícia por mais tempo. No caso da Fed, o Financial Times noticiou hoje que está em cima da mesa a indicação de que a inflação pode ficar temporariamente acima de 2% sem implicar uma subida dos juros diretores de forma a "compensar" o período em que a inflação esteve abaixo do objetivo.
Mas, para já, é "prematuro" para a presidente do BCE fazer mais comentários sobre este tema, remetendo a discussão para o Conselho do BCE - a próxima reunião acontecerá a 12 de dezembro -, onde estão os governadores dos bancos centrais da Zona Euro, onde terá de haver uma maioria (ou mesmo consenso) para mudar a estratégia do banco central. Ainda assim, Lagarde deixou a promessa de que haverá "análise e mente aberta", dois princípios que guiarão a discussão.
Este anúncio foi feito na primeira audição no Parlamento Europeu de Lagarde enquanto presidente do BCE. No discurso introdutório, a francesa revelou que está a "tentar aprender alemão" assim como a "linguagem da política monetária" - admitindo a sua inexperiência nesta área - para não "desiludir" face ao peso de palavras e subtilezas no discurso dos bancos centrais. "Não interpretem em excesso", pediu.
"Nos últimos 16 anos muita coisa mudou", assinalou a agora presidente do BCE, argumentando que o "conhecimento convencional foi desafiado e a política monetária a nível global explorou territórios desconhecidos", nomeadamente o ambiente de "baixa inflação" e a preocupação com a emergência climática. Tal também forçou outros bancos centrais, como a Reserva Federal norte-americana, a rever a sua estratégia. O Banco do Canadá, por exemplo, revê a estratégia a cada cinco anos.
"Uma questão que hoje é comum à comunidade inteira dos bancos centrais é como definir da melhor forma o objetivo de médio-prazo da política monetária de forma a assegurar que as expectativas estão ancoradas solidamente", afirmou Lagarde, referindo que a revisão dessa meta poderá ser "particularmente benéfica" neste momento em que a "folga" da política monetária para apoiar a economia face a desenvolvimentos adversos é "mais limitada do que era antes da crise".
Em causa está o objetivo atual de estabilidade de preços, que é definida por uma inflação "próxima, mas abaixo de 2%", que guia todas as medidas de política monetária do BCE. A Bloomberg noticiou recentemente que a revisão poderá simplificar o objetivo para uma inflação de 2%, o que poderá permitir a manutenção da política monetária acomodatícia por mais tempo. No caso da Fed, o Financial Times noticiou hoje que está em cima da mesa a indicação de que a inflação pode ficar temporariamente acima de 2% sem implicar uma subida dos juros diretores de forma a "compensar" o período em que a inflação esteve abaixo do objetivo.
Mas, para já, é "prematuro" para a presidente do BCE fazer mais comentários sobre este tema, remetendo a discussão para o Conselho do BCE - a próxima reunião acontecerá a 12 de dezembro -, onde estão os governadores dos bancos centrais da Zona Euro, onde terá de haver uma maioria (ou mesmo consenso) para mudar a estratégia do banco central. Ainda assim, Lagarde deixou a promessa de que haverá "análise e mente aberta", dois princípios que guiarão a discussão.