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Secretário do Comércio dos EUA tem participação em empresa ligada a genro de Putin

O secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, detém uma participação numa empresa de transporte que tem negócios com uma empresa de gás detida em parte pelo genro do Presidente russo, Vladimir Putin. 

Reuters
05 de Novembro de 2017 às 20:17
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No ano passado, 8% dos rendimentos da Navigator Holdings, de que Wilbur Ross (na foto, com Trump) detém uma parte, tiveram origem em remessas de gás da Sibur, empresa que já foi detida em 20% pelo genro de Putin.

 

Esta é uma das revelações hoje divulgadas no âmbito de uma nova investigação realizada pelo mesmo grupo de jornalistas de investigação que divulgou os documentos conhecidos como 'Panama Papers'.  

 

Um porta-voz do departamento de Comércio afirmou que Ross apenas entrou para a administração da Navigator depois de terem começado as remessas da Sibur e que o governante norte-americano se rege pelos "mais elevados padrões éticos".

 

No novo trabalho, batizado como 'Paradise Papers', o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês) analisou 13,4 milhões de ficheiros, numa nova fuga de informação sobre paraísos fiscais.

 

A investigação expõe 127 líderes políticos de todo o mundo, empresários, artistas e futebolistas com sociedades em paraísos fiscais.

 

Entre eles, estão a rainha Isabel II de Inglaterra; o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; o antigo chanceler alemão Gerhard Schröder; Stephen Bronfman, angariador de fundos da campanha eleitoral do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau; os cantores Bono (U2) e Madonna, além de mais de uma dúzia de financiadores, conselheiros e membros do governo de Donald Trump (EUA).

 

Grandes multinacionais, como a Apple, a Nike e a Uber, também estão envolvidas.

 

Segundo o jornal Expresso, que está a investigar a parte sobre Portugal no âmbito desta operação, não constam nestes documentos Presidentes ou primeiros-ministros portugueses, mas os ficheiros incluem mais de 70 cidadãos nacionais, incluindo uma série de antigos administradores do Grupo Espírito Santo e do BPN.

 

Os documentos, que abarcam um período de 70 anos, têm origem numa fuga de informação de ficheiros do escritório de advogados Appleby, com sede nas Bermudas, e da empresa familiar especializada na gestão de 'offshores', sedeada em Singapura.

 

De acordo com os quase 100 meios de comunicação, num total de 382 jornalistas, que participaram na investigação, esta é a maior fuga de sempre de documentos de paraísos fiscais e tem uma relevância "ainda mais importante que os 'Panama Papers'".

 

Desde o início de abril de 2016, os 'Panama Papers', baseados em cerca de 11,5 milhões de documentos provenientes da sociedade de advogados Mossack Fonseca, levaram à abertura de muitos inquéritos em todo o mundo e à demissão do primeiro-ministro islandês e de um ministro espanhol.

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