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Primeiro-ministro do Etiópia vence Nobel da Paz

Abiy Ahmed foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz pelos esforços levados a cabo para a pacificação entre a Etiópia e a Eritreia.

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11 de Outubro de 2019 às 10:09
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Abiy Ahmed foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz de 2019 pelos esforços levados a cabo para a pacificação entre a Etiópia e a Eritreia, países vizinhos em conflito há mais de duas décadas.

As academias da Suécia e da Noruega justificam a atribuição deste prémio ao primeiro-ministro etíope pelos seus esforços para "alcançar a paz e a cooperação internacional" no âmbito dos acordos de paz firmados com a Eritreia, sendo ainda destacado o trabalho desenvolvido no sentido da promoção da "paz social" e da igualdade de direitos entre homens e mulheres no seio da sociedade da Etiópia. 

O Nobel da Paz de 2019 foi atribuído ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pelos seus "esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional e pela sua decisiva iniciativa para resolver o conflito fronteiriço com a vizinha Eritreia", justifica o comité norueguês.

Ahmed sucede assim aos dois galardoados com este prémio em 2018, Nádia Murad, a yazidi iraquiana que foi raptada e depois escravizada pelo autodenominado Estado Islâmico, e o médico congolês, Denis Mukwege, que operou mulheres violadas.

O Comité Norueguês do Nobel acredita que é agora que os esforços de Abiy Ahmed merecem reconhecimento e precisam de incentivo, disse a presidente do comité, Berit Reiss-Andersen.


"Quando Abiy Ahmed se tornou primeiro-ministro, em abril de 2018, deixou claro que desejava retomar as negociações de paz com a Eritreia. Em colaboração com Isaias Afwerki, Presidente da Eritreia, Abiy Ahmed rapidamente elaborou os princípios de um acordo de paz para encerrar o impasse a longo prazo ‘sem paz, sem guerra’ entre os dois países", indica a nota.


Segundo o documento, esses princípios estão estabelecidos nas declarações que o primeiro-ministro Abiy e o Presidente Afwerki assinaram em Asmara e Jeddah, em julho e setembro.


"Uma premissa importante para o avanço foi a disponibilidade incondicional de Abiy Ahmed para aceitar a decisão da arbitragem de uma comissão internacional de fronteiras em 2002", sublinha o comunicado.


Segundo a nota, "a paz não surge apenas das ações de uma parte. Quando o primeiro-ministro Abiy estendeu a mão, o Presidente Afwerki compreendeu e ajudou a formalizar o processo de paz entre os dois países. O Comité Nobel norueguês espera uma mudança positiva para o povo da Etiópia e da Eritreia".


"Na Etiópia, mesmo que ainda haja muito trabalho por fazer, Abiy Ahmed iniciou importantes reformas que dão a muitos cidadãos esperança de uma vida melhor e de um futuro melhor", indica o comunicado.


De acordo com a nota, Abiy "passou seus primeiros 100 dias como primeiro-ministro a levantar o estado de emergência do país, a conceder amnistia a milhares de presos políticos, a interromper a censura dos media, a legalizar grupos de oposição proibidos, a demitir líderes militares e civis suspeitos de corrupção e a aumentar significativamente a influência das mulheres na vida política e comunitária da Etiópia".


O primeiro-ministro etíope também prometeu fortalecer a democracia, realizando eleições livres e justas.

Após o processo de paz com a Eritreia, segundo a nota, "o primeiro-ministro Abiy envolveu-se em outros processos de paz e reconciliação no leste e nordeste da África".


O Comité Nobel norueguês espera que o Prémio Nobel da Paz fortaleça o primeiro-ministro Abiy no seu importante trabalho de paz e reconciliação.


A Etiópia é o segundo país mais populoso da África e tem a maior economia da África Oriental.


"Uma Etiópia pacífica, estável e bem-sucedida terá muitos efeitos colaterais positivos e ajudará a fortalecer a fraternidade entre nações e povos da região. Com as disposições da vontade de Alfred Nobel em mente, o Comité Nobel da Noruega vê Abiy
Ahmed como a pessoa que no ano anterior fez o máximo para merecer o Prémio Nobel da Paz em 2019", sublinha o comunicado.


O Nobel, que consiste num diploma, uma medalha de ouro e um cheque de nove milhões de coroas suecas (cerca de 830 mil euros), será entregue em Oslo a 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador, o industrial e filantropo sueco Alfred Nobel (1833-1896).


Desde 1901 foram atribuídos 99 prémios Nobel da Paz.

Enquanto os restantes Nobel são anunciados em Estocolmo, o da Paz é o único que é atribuído em Oslo, por decisão expressa de Alfred Nobel.

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