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Presidente da Ucrânia ordena ataque contra manifestantes armados

Com pelo menos um dia de atraso em relação ao prazo previsto no ultimato deixado, no fim-de-semana, aos paramilitares pró-russos, Oleksandr Turchynov anunciou esta terça-feira que a nova “operação anti-terrorista” está em curso na região de Donetsk.

Reuters
15 de Abril de 2014 às 17:39
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O anúncio feito esta terça-feira no Parlamento pelo Presidente em funções da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, dando conhecimento do início de uma operação militar em Slavyansk, no norte de Donetsk, para expulsar os elementos paramilitares pró-russos que tomaram o controlo de vários edifícios governamentais na região, assume-se como mais um passo no sentido de confrontações nas ruas daquela região. Oleksandr Turchynov depois de segunda-feira ter solicitado o envio, por parte das Nações Unidas, de forças de manutenção de paz para a região, acabou por decidir avançar em força e assim readquirir o controlo sobre o leste da Ucrânia.

 

A operação “anti-terrorista” que visa “destruir o invasor externo”, liderada pelo general Vasily Krotov, está a ser levada a cabo por uma divisão especial de paraquedistas, segundo adianta a Bloomberg.  De acordo com a agência russa Ria-Novosti, este avanço já causou pelo menos dois feridos pertencentes às milícias pró-russas que defendem a realização de um referendo sobre a autonomização da região de Donetsk.

 

Apesar de o Presidente Turchynov ter assegurado que a operação militar irá decorrer de forma “faseada, responsável e equilibrada”, o britânico “The Guardian” escreve que junto ao aeroporto de Kramatorsk vários locais atacam os militares ucranianos com pedras enquantos estes respondem com tiros de aviso direccionados para o ar. Para já o nível confrontacional nas ruas ainda permanece com intensidade controlada.

 

Moscovo reafirma alertas

 

A Rússia repete os avisos deixados ao longo dos últimos dias. O primeiro-ministro Dmitry Medvedev escreveu no Facebook que “voltou a ser derramado sangue na Ucrânia” e alertou novamente para o facto de o país estar na iminência de “uma guerra civil”.

  

Apesar de o general Krotov ter garantido que junto das milícias que controlam vários locais da parte oriental da Ucrânia estão “militares russos com larga experiência em todo o tipo de conflitos”, na chamada ao final desta segunda-feira entre os líderes dos Estados Unidos e da Rússia, Barack Obama e Vladimir Putin, este último terá reafirmado que as acusações relativas à participação russa nos desenvolvimentos na região de Donetsk “não passam de especulações baseadas em informações imprecisas”.  

 

Enquanto os Estados Unidos e a União Europeia acenam com o agravar de sanções económicas contra Moscovo, o ministro da Defesa da Polónia, Tomasz Siemoniak, vai mais longe e defende que a NATO deve ignorar as objecções russas e mobilizar um efectivo militar para o leste da Ucrânia.

 

No entanto Moscovo mantém que irá proteger as populações russófilas contra qualquer tipo de “violência” praticada sobre elas, no âmbito da salvaguarda “dos interesses e direitos” anunciados aquando do início da crise na Crimeia. A NATO mantém que a Rússia mantém um forte dispositivo militar estacionado ao longo da fronteira com a Ucrânia e a Bloomberg avança, entretanto, que o Kremlin respondeu aos avanços do exército ucraniano no leste do país mobilizando forças militares para duas cidades do leste da Ucrânia.

 

Os dados ainda não são claros mas tudo indica que a intensidade dos confrontos poderá aumentar nas próximas horas e parece que a reunião agendada para quinta-feira entre a União Europeia, os Estados Unidos, a Rússia e a Ucrânia poderá apenas servir para minimizar os estragos provocados pela incapacidade de resolução diplomática de uma crise interna que facilmente pode readquirir um perfil regional e internacional.

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