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Jovem paquistanesa Malala Yousafzai vence Prémio Sakharov do Parlamento Europeu (act.)

A jovem militante paquistanesa Malala Yousafzai, que defende o direito das mulheres à educação, foi galardoada com o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu.

Luke MacGregor/Reuters
10 de Outubro de 2013 às 11:31
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A decisão foi tomada esta quinta-feira pela Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu, constituída pelo presidente da instituição e pelos líderes dos grupos políticos. A cerimónia de entrega do prémio realiza-se no dia 20 de Novembro, em Estrasburgo. 

 

"Ao atribuir o Prémio Sakharov a Malala Yousafzai, o Parlamento Europeu reconhece a força incrível desta jovem. Malala bate-se com coragem pelo direito de todas as crianças à educação, um direito que é frequentemente negligenciado em relação às raparigas ", disse o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, ao anunciar a vencedora do prémio, segundo um comunicado do Parlamento Europeu. 

 

"Gostaria de recordar que cerca de 250 milhões de raparigas no mundo não podem ir livremente à escola. O exemplo de Malala relembra-nos do dever e da responsabilidade de garantir o direito à educação das crianças. Este é o melhor investimento no futuro", acrescentou Martin Schulz

 

"A Malala obteve reconhecimento global como defensora dos direitos humanos", afirmaram os eurodeputados que a nomearam para o prémio, militando "pelo direito das mulheres à educação, liberdade e autodeterminação".

 

"Hoje, decidimos dizer ao mundo que a nossa esperança por um futuro melhor está em jovens como Malala Yousafzai", disse o líder do Partido Popular Europeu (PPE, o maior grupo político do Parlamento Europeu), Joseph Daul.

 

Também o líder dos Socialistas e Democratas, Hannes Swoboda, sublinhou que Malala Yousafzai é "uma jovem que arrisca a vida por valores e princípios em que ela - e nós - acreditamos: igualdade entre homens e mulheres e o direito à educação para todos".

 

A candidatura de Malala Yousafzai, que aos 11 anos, em 2009, começou a defender a educação

 
Malala Yousafzai integrava uma lista de três finalistas ao Prémio Sakharov, tendo batido os dissidentes bielorrussos Ales Bialatski, Eduard Lobau e Mykola Statkevich e ainda o analista informático que denunciou os programas de vigilância dos Estados Unidos, Edward Snowden.

feminina no vale de Swatt, no Paquistão, era apoiada pelos líderes dos três maiores grupos políticos do Parlamento Europeu.

 

Malala Yousafzai sobreviveu ao ataque de um talibã, que a baleou na cabeça, tendo-se tornado um símbolo da luta pelos direitos das mulheres e pelo acesso à educação.

 

O seu nome integrava a lista de três finalistas ao Prémio Sakharov, tendo batido os dissidentes bielorrussos Ales Bialatski, Eduard Lobau e Mykola Statkevich e ainda o analista informático que denunciou os programas de vigilância dos Estados Unidos, Edward Snowden.

 

O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento foi atribuído em 2012 ao cineasta Jafar Panahi e à advogada e activista Nasrin Sotoudeh, ambos iranianos, tendo esta última sido entretanto libertada da prisão.

 

Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988. Em 1999, o prémio Sakharov foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, a Zacarias Kamwenho (Angola).

 
Quem é Malala Yousafzai?

Malala Yousafzai, de 16 anos, é uma estudante da cidade de Mingora, no distrito de Swat, Paquistão, conhecida pelo seu activismo pelos direitos das mulheres no vale de Swat, onde o regime talibã proibiu as raparigas de frequentar a escola.

 

A activista fez o seu primeiro discurso público em Setembro de 2008, intitulado "Como se atrevem os talibã a retirar o meu direito básico à educação?". Quando todas as escolas para raparigas sob o controlo talibã foram encerradas em janeiro de 2009, Malala começou um blog para a BBC Urdu sob o pseudónimo Gul Makai, uma heroína popular.

 

O blog trouxe a fama para a estudante e a sua luta. Logo que a sua identidade foi revelada, a sua família foi alvo de ameaças, levando a uma tentativa de homicídio em Outubro de 2012, quando Malala foi atingida a tiro na cabeça e no pescoço por atiradores talibã quando regressava a casa num autocarro escolar.

 

Fonte: Parlamento Europeu

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