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EUA ponderam controlo de capitais para não financiar crescimento da China

Os EUA poderão apertar o fluxo de capitais entre o território norte-americano e o território chinês, nomeadamente através do seu fundo de pensões. O objetivo é evitar que se financie o crescimento da China.

Reuters
08 de Outubro de 2019 às 13:13
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Os Estados Unidos continuam a ponderar a introdução de restrições ao fluxo de capitais para a China, tendo como alvo preferencial os investimentos feitos pelo fundo de pensões do Governo norte-americano. A notícia é avançada esta terça-feira, 8 de outubro, pela Bloomberg, que cita fontes próximas das discussões internas na Casa Branca.

A agência de informação financeira já tinha avançado uma notícia semelhante no final de setembro, mas esta tinha sido negada pela equipa de Donald Trump. O conselheiro Peter Navarro disse até que se tratavam de "notícias falsas" ("fake news"). No entanto, a Bloomberg escreve que as discussões sobre o controlo de capitais continuaram a decorrer na semana passada. 

O principal objetivo da administração Trump é evitar que o fundo de pensões do Governo norte-americano esteja a financiar o crescimento económico da China e a desproteger os investidores norte-americanos face a um "risco material". O assunto - que deverá ser mantido separado das negociações comerciais - está a ser ponderado por um comité que inclui o conselheiro económico Larry Kudlow, o comité da segurança nacional e o departamento do Tesouro norte-americano. 
 
Além disso, a equipa de Trump também está a analisar como pode escrutinar mais as decisões de Wall Street no que toca à introdução de mais empresas chinesas nos índices norte-americanos, ou mesmo como poderá forçar a saída de algumas cotadas. Segundo a Bloomberg, é incerto qual será o fundamento jurídico para a Casa Branca forçar Wall Street a deixar de negociar certas empresas da China. 

São várias as empresas chinesas cotadas nos índices norte-americanos, tal como mostra esta lista do Governo norte-americano. Entre elas está a Alibaba e a Baidu, por exemplo.

Caso se confirme que os EUA vão avançar com o controlo de capital (ainda que parcial) à China, o fundo de pensões nacional não deverá cumprir a decisão tomada pelo seu conselho de administração de replicar um índice mundial (MSCI All Country World Index) onde também estão mercados emergentes, incluindo a China. Quem se opõe argumenta que o dinheiro está a ir para empresas chinesas que violam os direitos humanos e que afetam a segurança nacional dos EUA. 

Esta segunda-feira Larry Kudlow disse aos jornalistas que o foco será na proteção dos investidores norte-americanos e na "transparência e cumprimento de uma série de leis". "Tem havido queixas dos índices de ações sobre isto, a SEC [semelhante à CMVM] tem ouvido queixas, e por isso abrimos um grupo de estudo para analisar o tema, mas ainda estamos a dar os primeiros passos nas nossas deliberações", explicou o conselheiro económico de Trump. Contudo, Kudlow negou que vá forçar a saída de cotadas chinesas da bolsa dos EUA.

Será difícil, mas a administração Trump quer que o assunto fique separado das negociações comerciais que retomam nos dias 10 e 11 deste mês com conversações em Washington. A 15 de outubro entram em vigor tarifas adicionais de 5% dos EUA sobre 250 mil milhões de dólares de bens chineses.
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