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EUA empurram investimento estrangeiro mundial para mínimos de 2013
O investimento directo estrangeiro está em mínimos de 2013 graças à reforma fiscal dos EUA que as multinacionais norte-americanas aproveitaram para repatriar lucros.
No primeiro semestre houve uma queda muito significativa de investimento directo estrangeiro (IDE) no mundo. A redução levou o indicador para o nível mais baixo desde o primeiro semestre de 2013.
O IDE caiu 35% na primeira metade deste ano em comparação com o final de 2017, segundo os dados divulgados esta quarta-feira, 31 de Outubro, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em causa está a reforma fiscal implementada por Donald Trump.
As empresas norte-americanas decidiram aproveitar o alívio fiscal para repatriar os lucros de filiais estrangeiras para a sede nos EUA, com benefícios fiscais. Esse movimento de capitais para dentro de território norte-americano fez com que os lucros reinvestidos fossem "largamente negativos" (-184 mil milhões de dólares).
"Esta redução, no entanto, deverá ter um impacto mínimo nas operações estrangeiras das multinacionais norte-americanas no curto prazo porque envolve a venda e a alienação de activos financeiros, em oposição a activos reais", explica a OCDE.
Quanto impacto futuro no IDE, a Organização deixa isso em aberto por causa da "complexidade" da reforma fiscal e a "incerteza" sobre como os outros países irão responder a esta tendência.
O investimento directo estrangeiro consiste nos capitais de multinacionais que se transferem para um determinado país. São contabilizadas participações superiores a 10% em empresas já constituídas, segundo a definição do Banco de Portugal.