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Presidenciais na Ucrânia podem ditar futuro regional, em dia de Europeias

Este domingo, dia 25 de Maio, realizam-se eleições Presidenciais extraordinárias na Ucrânia numa altura em que o país se encontra dividido entre fiéis a Kiev e rebeldes separatistas.

Bloomberg
23 de Maio de 2014 às 15:44
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Três meses depois da queda do ex-Presidente Víktor Yanukóvytch, é este domingo, 25 de Maio, que os cidadãos da Ucrânia poderão decidir qual será o próximo Presidente.

 

Depois de três meses marcados por confrontos e pela dificuldade que as autoridades de Kiev sentiram para manter a união e a integridade territorial do país, tendo pelo meio assistido à secessão e consequente integração da Crimeia na Rússia, reina a preocupação sobre a forma como se vai processar este acto eleitoral.

 

O maior medo prende-se com a forma como se irá desenrolar o processo eleitoral nas autoproclamadas regiões independentes de Donetsk e Luhansk. Os líderes rebeldes separatistas pró-russos garantem que controlam a situação na maior parte destas regiões e mantêm que este acto eleitoral é "ilegal".

Já o primeiro-ministro provisório Arseniy Yatsenyuk, citado pela Lusa, assegura que todas as tentativas de impedir as eleições nestas regiões estão "condenadas ao fracasso", lembrando que "são poucos" os ucranianos com vontade de boicotar a ida às urnas pelo que, garante, não haverá qualquer influência no resultado final.

 

Um dos elementos da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que se encontra na Ucrânia, Wolfgang Ischinger, dizia, esta quinta-feira, que apesar dos movimentos dos rebeldes pró-russos acredita que "não será necessária qualquer acção militar para que o processo eleitoral possa avançar". Uma recente sondagem da ComRes para a CNN mostrava que a maior parte dos ucranianos defendem uma maior aproximação de Kiev à União Europeia em detrimento da Rússia.


Poroshenko à frente das sondagens

A Euronews refere que as sondagens apontam Petro Poroshenko, com mais de 30% das preferências, como o provável próximo Presidente da Ucrânia. O empresário e ex-ministro defende que "a paz, a calma, a segurança, a recuperação económica, o fim da corrupção e a total solidariedade internacional com a Ucrânia" vão possibilitar "não só repor a ordem no leste, mas também recuperar em breve a Crimeia".

 

Também conhecido por "rei do chocolate", depois de ter feito fortuna a negociar cacau, Poroshenko bate Yulia Tymoshenko que não deverá ir além dos 6%. A ex-primeira-ministra e grande símbolo da Revolução Laranja de 2004 é, segundo escreve a Euronews, vista pelos seus compatriotas como alguém que representa os velhos vícios de compadrio e corrupção que corroeram o sistema político-partidário da Ucrânia.

 

Apresentam-se ao sufrágio eleitoral deste domingo um total de 21 candidatos, prevendo-se, no entanto, uma votação essencialmente concentrada nos dois pretendentes atrás referidos.

 

Putin mantém posição dúbia em relação às eleições

O Presidente russo Vladimir Putin, segundo avança a CNN, alertou esta sexta-feira para o risco de estar a nascer "uma guerra civil" de âmbito generalizado, resultante das eleições presidenciais, e que poderá colocar em causa o reconhecimento internacional dos resultados deste domingo. Até hoje Putin nunca reconheceu as actuais autoridades ucranianas que tomaram posse depois da deposição de Yanukóvytch.

 

Por outro lado, a BBC escreve que Putin terá feito, também esta sexta-feira, uma declaração mais apaziguadora em São Petersburgo. O líder russo apesar de manter que a realização de um "referendo e a adopção de uma nova constituição" seria o melhor caminho para a Ucrânia, assumiu compreender "que os ucranianos queiram ver o seu país emergir da crise" e garantiu que Moscovo "irá receber as suas escolhas com respeito".


Campanha à parte, seguem os confrontos no leste da Ucrânia

Mesmo com o aproximar da ida às urnas os confrontos na zona oriental da Ucrânia não desarmam. Esta quinta-feira, nas regiões de Donetsk e Luhansk, os rebeldes separatistas em confronto com o exército terão matado 13 soldados do exército fiel a Kiev.

 

A tensão terá crescido durante a última madrugada e o Russia Today noticia esta sexta-feira que um helicóptero do exército ucraniano terá sido abatido junto a uma instalação militar na região de Donetsk. Este orgão de informação escreve que terão resultado deste confronto pelo menos 16 tropas ucranianos mortos e 30 feridos.

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