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Poroshenko é o novo Presidente da Ucrânia

Uma sondagem à boca das urnas, duas horas antes das votações terminarem, atribui ao oligarca Petro Poroshenko uma vitória por maioria absoluta com 55,9% dos votos. A ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko fica em segundo com 12,9%.

Reuters
25 de Maio de 2014 às 19:52
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Tudo indica que o bilionário Petro Poroshenko (na foto, após serem conhecidos os primeiros resultados eleitorais) seja o novo Presidente da Ucrânia. Segundo uma sondagem à boca das urnas, conduzida por três empresas sediadas em Kiev, Poroshenko é escolhido por 55,9% dos votantes o que lhe permitirá ser eleito sem necessidade de recurso a segunda volta.

 

A Bloomberg escreve que a antiga primeira-ministra e uma das principais caras da Revoulução Laranja de 2004, Yulia Tymoshenko, fica em segundo lugar com apenas 12,9%. O essencial dos restantes 19 candidatos obtém votações pouco expressivas.

 

A sondagem conduzida pela Democratic Initiatives Foundation, pelo Razumkov Center e pelo Kiev International Institute of Sociology, à saída das urnas ao longo deste domingo, 25 de Maio, e que avaliou as opções de voto até duas horas antes do fecho definitivo das urnas de voto, atribui uma vitória expressiva ao também conhecido por "rei do chocolate".

 

Mesmo tendo em conta a falta de dados oficiais, cujo apuramento estará a ser dificultado por um ataque ao sistema informático institucional que obriga a uma contabilização dos votos manual, sabe-se que nas regiões de Donetsk e Luhansk as votações decorreram em absoluta anormalidade.

 

Nestas regiões, onde os separatistas pró-russsos, que auto-proclamaram a independência destas regiões, haviam prometido boicotar um acto eleitoral que consideram "ilegal", inúmeras secções de voto foram destruídas ou seladas o que impossibilitou que os cidadãos destas regiões tivessem uma participação representativa.  

 

Nos próximos dias o principal desafio da nova presidência do país será garantir a indivisibilidade do território. Poroshenko disse durante a campanha eleitoral que avançará em força para Donetsk e Luhansk a fim de garantir a pacificação na zona oriental do país. Só depois se perceberá concretamente como vai o "rei do chocolate" gerir o posicionamente geoestretégico de Kiev face à Europa e a Moscovo.

 
Porquê "rei do chocolate"?

Petro Poroshenko nasceu em 1965 na região de Odessa, na Ucrânia. Quando se licenciou em Relações Internacionais em 1989 estava longe de saber que os próximos anos seriam de enriquecimento.

 

Foi em 1991, depois da queda do muro de Berlim, que Poroshenko iniciou o legado nos chocolates com a venda de cacau, pimenta entre outras matérias-primas. É, porém, em 1996 que Poroshenko funda a confeitaria Roshen, uma empresa que em 2012 registou receitas de 1,2 mil milhões de dólares (880 milhões de euros).

 

A fortuna de mil milhões de dólares (cerca de 733 milhões de euros) do "rei do chocolate" provém essencialmente das receitas da confeitaria de doces Roshen, a maior da Ucrânia.

 

O provável novo Presidente ucraniano não se ficou apenas pelo mundo dos negócios. Em 1998 é eleito pela primeira vez para o Parlamento da Ucrânia, para em 2000 fundar o partido Solidarnost. O "rei do chocolate" seria ministro de pastas como Economia e Negócios Estrangeiros durante a vigência do Presidente Viktor Yushenko, outra das figuras da Revolução Laranja. Yushenko contava com o apoio do partido fundado por Poroshenko.

 

Contudo o novo Presidente é, acima de tudo, um moderado. Apesar de ter sido ministro do Comércio e Desenvolvimento Económico de um Governo que apoiava o Presidente pró-russo deposto em Fevereiro, Viktor Yanukovych, Poroshenko foi uma das principais figuras dos protestos iniciados no final de 2013, na Praça da Independência em Kiev, contra a aproximação da Ucrânia à Rússia. Logo nesses momentos o "rei do chocolate" pretendeu mostrar algum distanciamento não tendo qualquer envolvimento nas negociações com o Presidente deposto.  

 

Pelo contrário o pugilista Vitali Klitschko e o actual primeiro-ministro Arseni Iatseniuk, que estiveram com Poroshenko nos protestos de Maidan, acabram com uma imagem desgastada pelo envolvimento no pós-Yanukovych.

 

Apesar de ser um europeísta e antigo defensor da entrada da Ucrânia na NATO, Poroshenko assume, agora, que o essencial passa por garantir a estabilidade e viabilidade do país. Defende a integridade territorial a todo o custo e uma boa relação com a Europa. Mas coloca de parte, neste momento, a entrada na NATO por falta de apoio popular e não despreza a importância da Rússia. Quer dar maior autonomia às regiões da Ucrânia, mas rejeita um tipo de federalização como a proposta por Moscovo. 

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