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Dívida mundial caiu para 247% do PIB em 2021. É o maior recuo anual dos últimos 70 anos

O Fundo Monetário Internacional estima que a dívida mundial tenha encolhido 10 pontos percentuais para 247% do PIB no ano passado. A maior queda deu-se entre as economias avançadas, enquanto os países de baixos rendimentos viram a sua dívida aumentar. Famílias e empresas deram maior contributo.

O dólar norte-americano acumula uma valorização de 22% face ao iene, 13% em relação ao euro e 6% contra as pares dos emergentes desde o início do ano.
Rick Wilking/Reuters
12 de Dezembro de 2022 às 15:19
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A dívida mundial caiu para 247% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. Em comparação com o ano anterior, o rácio da dívida mundial encolheu 10 pontos percentuais em relação ao PIB, o que faz deste o maior recuo anual dos últimos 70 anos, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

A maior queda anual no rácio da dívida mundial, considerando os stocks de dívida pública e dívida privada não-financeira (das famílias e empresas), deu-se nas economias avançadas. Nessas, a dívida pública e privada caiu em média 10 pontos percentuais no ano passado, para 292% do PIB. No caso da dívida das famílias, houve um recuo de 2 pontos percentuais do PIB face ao ano anterior.

Já nos mercados emergentes, o rácio da dívida reduziu-se sete pontos percentuais para 192% do PIB e o resultado só não foi melhor devido à China que viu a sua dívida (sobretudo dívida privada) aumentar de forma significativa em 2021. Excluindo a China, a dívida dos países emergentes recuou para 130% do PIB no ano passado.

Apesar de o rácio de endividamento ter caído em 2021, a dívida mundial fixou-se em 235 biliões de dólares em 2021, atingindo um novo máximo histórico.

Ainda assim, a queda anual no rácio da dívida mundial correspondeu apenas a um terço do aumento registado no ano anterior, quando o rácio do endividamento global subiu 29 pontos percentuais, para 256% da riqueza produzida a nível mundial (226 biliões de dólares). 

Em contrapartida, os países com baixos rendimentos viram a sua dívida pública e privada aumentar para 88% do PIB em 2021.

Dívida das famílias e empresas dá maior contributo
No que toca à dívida pública mundial, os dados do FMI indicam que o endividamento dos países caiu de 100% do PIB mundial para 96% do PIB em 2021, suportado sobretudo por "um forte crescimento real do PIB" e a retirada das medidas orçamentais para mitigar o impacto da pandemia de covid-19. A subida da inflação deu também uma ajuda, tendo em conta que, como a dívida pública não é atualizada à taxa de inflação, o seu peso no PIB cai.

Ainda assim, o maior contributo para a redução da dívida pública mundial veio do forte crescimento pós-pandemia. O FMI estima que "o crescimento real do PIB ajudou a reduzir a dívida pública do G20 em quase 4,5 pontos percentuais do PIB, em média, enquanto a subida da inflação reduziu os rácios da dívida em cerca de 5% do PIB".

A maior queda foi ainda maior na dívida privada não-financeira. O FMI estima que a dívida das famílias e das empresas (excluindo a banca) tenha caído de 160% do PIB mundial para 153% do PIB em 2021. A queda da dívida das empresas (4,2 pontos percentuais do PIB) foi superior à da dívida das famílias (1,4 pontos percentuais).

"As excecionais taxas de crescimento e a inflação ajudaram a reduzir a dívida do setor privado em todo o mundo. Por exemplo, entre os países do G20, em média, a recuperação económica permitiu reduziu em quase 7% do PIB [a dívida privada não-financeira], enquanto a inflação reduziu a dívida em mais de 6,5 pontos percentuais do PIB, compensando parcialmente o aumento em 2020", indica o FMI.
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