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Ditadores inteligentes atraem mais investimento estrangeiro

Ditadores com poucos recursos devem avaliar a possibilidade de voltar à escola e estudar alguns livros de economia, segundo um novo estudo que monitoriza os fluxos de investimento em países não democráticos.

Jose Luis Gonzalez
28 de Julho de 2019 às 11:00
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Os investidores colocam mais dinheiro em regimes autoritários onde o líder tem uma educação sólida, segundo a conclusão de uma investigação do Instituto para as Economias em Transição, do Banco da Finlândia. Se a formação do ditador for em economia e o governante tiver experiência anterior em negócios, as hipóteses de atrair investimentos são maiores, de acordo com o estudo que analisou dados de investimento estrangeiro direto (IED) em 100 países comandados por ditadores entre 1973 e 2008.

"A incompetência afasta mais o investimento do que o risco de expropriação", escreveram os autores Abel François, Sophie Panel e Laurent Weill. "Não encontramos relação entre a idade dos ditadores e a experiência política anterior e entradas de IED".

As características individuais são mais preponderantes do que as instituições na atração de investimento estrangeiro direto em países onde as escolhas políticas dependem do critério de uma só pessoa, escreveram os autores. De acordo com o estudo, a experiência pessoal do governante pode ajudar potenciais investidores a antecipar futuras escolhas políticas.

'Reinado da discricionariedade’

"A ditadura é, em certa medida, o reinado da discricionariedade", escreveram os autores. "Mesmo existindo variações no poder discricionário entre as ditaduras, a margem de manobra, em termos de políticas, é maior do que nas democracias", onde as instituições e eleições ajudam o país a proteger-se contra os riscos de governantes extremistas.

O relatório também revela que a história dá boas razões aos investidores para não confiarem em ditadores com menos consciência económica.

O antigo ditador birmanês Ne Win, por exemplo, "arruinou Mianmar" nos seus 26 anos no poder até 1988, incluindo através de uma reforma monetária instituída "em parte porque o seu astrólogo o aconselhou a introduzir novas denominações cujos números somassem nove", segundo os autores.

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