A necessidade de “fazer mais com menos” foi outro dos alertas deixados pelo professor do King’s College na conferência “Portugal Europeu. E agora?”. Um maior entendimento entre os Estados-membros facilitaria, por exemplo, a compra de armamento.

Numa sessão que visava discutir o futuro da aliança atlântica, Menon defendeu que o mundo não é um lugar tão seguro como os europeus o vêem. Nesse sentido o especialista defendeu que a Europa não pode mostrar-se “complacente”.

A pouca preocupação da Europa com os assuntos de segurança poderá levar os americanos a “perderem a paciência”, sublinhou o especialista, acrescentando que “os europeus não levam as questões da segurança muito a sério: querem negociar em vez de decidir”. Ainda assim, o ressalvou que acredita no futuro da Aliança Atlântica.

O período de crise económica e financeira está a fazer com que a Europa se preocupe mais consigo mesma. Por consequência, assiste-se a um “atrofiamento” por parte da União Europeia em desenvolver e consolidar a aliança atlântica. Este facto pode também prejudicar a posição do Velho Continente do ponto de vista económico e nas relações comerciais, referiu.

As diferenças no olhar sobre o mundo que separam a Ásia da União Europeia (UE) deverão ser também foco de preocupação para a organização, que não deve continuar a ignorar este facto. “28% do comércio da UE realiza-se com Ásia”, lembrou o professor do King’s College.

Miguel Monjardino, que comentou a intervenção de Anand Menon, defendeu que à frente da política externa de defesa dos Estados Unidos estão, na actualidade, dois defensores da aliança euro-atlântica e que a UE deve tirar partido deste facto.