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Cobre manda mensagem ao mercado: crescimento global já naufragou
O cobre rompeu uma faixa de negociação que durava desde julho de 2018, e atingiu um novo mínimo dos últimos dois anos.
Nos últimos 12 meses, o cobre foi negociado numa gangorra que acompanhava as expectativas de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Agora, o movimento está mais parecido com uma montanha-russa.
O foco está cada vez mais nos danos causados pelo caos de uma disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. Como o cobre tem muitas utilidades, o metal é particularmente vulnerável à fraqueza sincronizada em diversos segmentos, como fabrico de carros e equipamentos de terraplanagem, imóveis comerciais e componentes eletrónicos avançados.
"O que os dados concretos nos dizem é que a procura de uso final é lenta e, em muitos lugares, muito difícil," afirmou Oliver Nugent, estratega de metais do Citigroup, numa entrevista por telefone de Londres.
Na sexta-feira, o cobre rompeu uma faixa de negociação que durava desde julho de 2018, e atingiu um novo mínimo dos últimos dois anos.
Setor da indústria
Mesmo com a queda para o nível mais baixo em dois anos, o cobre não acompanhou o declínio acentuado da atividade industrial global ao longo do ano, o que levou o Macquarie a apontar para mais desvalorização do metal, à medida que os preços acompanhem as tendências da procura.
Abrandamento da China
A desaceleração do setor da indústria na China é particularmente significativa para o cobre: a procura pelo metal no maior consumidor do mundo diminuiu pela primeira vez desde 2015, segundo o Citigroup. O banco prevê que o crescimento da procura chinesa pelo metal será o mais fraco desde antes de 2000.
Risco de recessão
As preocupações também aumentam sobre o crescimento nos Estados Unidos. Um indicador da Reserva Federal de Nova Iorque coloca o risco de uma recessão nos próximos 12 meses no maior nível desde 2008. O aprofundamento da disputa entre os EUA e China poderá custar à economia mundial 1,2 biliões de dólares, de acordo com a Bloomberg Economics.
Economistas do Morgan Stanley alertaram numa nota emitida segunda-feira, 5 de agosto, que a economia mundial provavelmente entrará em recessão nos próximos nove meses, caso as tarifas mais altas dos EUA e a retaliação da China durem entre quatro e seis meses.
(Texto original: Copper Sends a Message to Markets That Growth Is Already Wrecked)