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China promete mais importações e cortes nas tarifas

O presidente chinês apontou o risco das medidas proteccionistas para o crescimento da economia mundial, numa altura em que a guerra comercial com os Estados Unidos se mantém, embora com sinais de melhoria. O discurso, porém, desiludiu pela falta de anúncio de acções concretas.

EPA
05 de Novembro de 2018 às 09:25
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O presidente chinês, Xi Jinping, aproveitou um discurso no arranque de uma feira que promove o país como importador para anunciar um maior volume de importações para os próximos 15 anos, e para se comprometer com tarifas mais baixas e uma maior abertura do mercado da China. 

Xi Jinping prometeu aumentar o valor das importações dos actuais 24 mil milhões de dólares para 30 mil milhões de dólares ao longo dos próximos 15 anos e reiterou a intenção de baixaras tarifas. Este discurso, embora apontasse na direcção esperada, não correspondeu às expectativas dos investidores, uma vez que aguardavam novidades mais concretas acerca da abertura da economia chinesa. A moeda de Pequim, o yuan, enfraqueceu, e as bolsas asiáticas – de Tóquio a Xangai – seguiram a mesma trajectória descendente.

Anteriormente, o presidente chinês havia já avançado algumas medidas. Anunciou em Setembro que pretende cortar as taxas sobre a importação de produtos industriais e têxteis a partir do presente mês de Novembro. Em Maio, Pequim havia anunciado um corte nas tarifas sobre automóveis para 15%. 


Ainda no mesmo discurso desta segunda-feira, o presidente chinês criticou as medidas proteccionistas – como as que têm vindo a ser aplicadas pelos Estados Unidos com o aumento de tarifas – , apelidando-as de "lei da selva" e defendendo políticas de maior reciprocidade nos ganhos. 

"À medida que a globalização se intensifica, as práticas de lei da selva e do vencedor que tudo ganha são um beco sem saída", avisou Jinping, para a seguir acrescentar que "inclusão e reciprocidade, uma situação em que todos ganham e os benefícios são mútuos, são caminhos com espaço para alargar".

Na quinta-feira passada, o presidente norte-americano, Donald Trump, assegurou que as conversações com a China estão "num bom caminho. Na sexta-feira, foi noticiado pela Bloomberg que Trump pediu mesmo à sua equipa para desenhar um esboço daquilo que poderá vir a ser o documento assinado por ambos. 

Isto, num fim-de-semana em que o regime chinês foi criticado internamente, com a disseminação de um artigo publicado por dois conhecidos economistas chineses, os quais definiram o modelo de capitalismo de Estado vigente na China como uma "anomalia alarmante" para o Ocidente, o que alimenta os riscos de conflito. 

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