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Cameron admitiu ter beneficiado com "offshore" do pai

O primeiro-ministro britânico admitiu que lucrou com a "offshore" detida pelo seu pai e cuja existência foi revelada pelos Papéis do Panamá. Cameron vendeu por 31,5 mil libras a participação nesta sociedade quatro meses antes de chegar a Downing Street.

17º David Cameron, 306 notícias - Saiu da liderança do Governo britânico depois da derrota no referendo. Só em Junho, mês da vitória do Brexit, o Negócios publicou quase 100 notícias com David Cameron
REUTERS
07 de Abril de 2016 às 20:25
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, admitiu esta quinta-feira, 7 de Abril, que beneficiou financeiramente com a sociedade "offshore" detida pelo seu pai. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Cameron vendeu a participação que detinha nessa sociedade – Blairmore Investment Trust – por 31,5 mil libras (mais de 39 mil euros) em 2010, precisamente quatro meses antes de o líder conservador ser eleito primeiro-ministro do Reino Unido.

 

Depois de ao longo desta semana Cameron ter rejeitado comentar a sua eventual ligação a uma empresa sediada num paraíso fiscal, tal como constava dos documentos divulgados pelos Papéis do Panamá, e de ter afiançado nunca ter beneficiado de alguma sociedade "offshore", o líder inglês assume agora que ele e a sua mulher, Samantha, detiveram 5 mil unidades de participação na Blairmore Investment Trust durante três anos.

 

A participação naquela sociedade terá sido adquirida, refere o The Guardian, por quase 12,5 mil libras (15,5 mil euros) e vendida por 31,5 mil libras em Janeiro de 2010, garantindo ao actual primeiro-ministro britânico uma mais-valia de 19 mil libras (perto de 23,6 mil euros). O diário inglês refere que este valor ficou 300 libras abaixo do valor a partir do qual já não há isenção ao pagamento de impostos sobre mais-valias financeiras.

 

Estas declarações de Cameron chegam cinco dias depois de o seu pai, Ian Cameron, ter visto o seu nome implicado no escândalo relacionado com a fuga sem precedentes de informações relativas a esquemas de fuga ao fisco através do recurso à firma de advogados panamiana Mossack Fonseca – o chamado escândalo dos Panama Papers.

 

Entre a informação que consta nos mais de 11 milhões de documentos revelados pelos Papéis do Panamá, surge que Ian Cameron, enquanto director da Blairmore Holdings, conseguiu escapar ao pagamento de dezenas de milhões de libras de impostos no Reino Unido.

 

A sede desta sociedade, fundada nos anos 1980, foi mudada em 2012 para a Irlanda, numa altura em que David Cameron era já primeiro-ministro. Ao longo de todos estes anos, a Blairmore nunca pagou nenhum imposto no Reino Unido, refere ainda o The Guardian.

 

No entanto, até ao momento não há qualquer dado que mostre que as actividades relacionadas com a sociedade detida e dirigida por Ian Cameron estejam feridas de qualquer tipo de ilegalidade.

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