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Biden promete virar a página de "tempos de escuridão"

Biden criticou a gestão da pandemia do seu rival nas eleições de novembro, Donald Trump, acusando-o de falhar "no seu dever mais básico para com os Estados Unidos".

21 de Agosto de 2020 às 07:47
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Joe Biden aceitou oficialmente na quinta-feira representar os democratas na corrida à Casa Branca, prometendo virar a página do "medo" e comprometendo-se a ultrapassar os "tempos de escuridão" em que Donald Trump mergulhou os EUA.

"O atual Presidente mergulhou a América na escuridão demasiado tempo. Demasiada raiva, demasiado medo, demasiada divisão", acusou Biden.

"Aqui e agora, dou-vos a minha palavra: se me confiarem a presidência, farei sobressair o melhor de nós, não o pior. Serei um aliado da luz, não da escuridão", acrescentou o candidato democrata. "Unidos, podemos derrotar estes tempos de escuridão", instou.

O ex-vice-Presidente de Barack Obama salientou que este é "um dos momentos mais difíceis que os Estados Unidos já enfrentaram", com crises sem precedentes, como a pandemia de covid-19, "a maior crise económica desde a Grande Depressão" e "o maior movimento pelos direitos civis [afro-americanos] desde os anos 1960".

Biden criticou a gestão da pandemia do seu rival nas eleições de novembro, Donald Trump, acusando-o de falhar "no seu dever mais básico para com os Estados Unidos".

"Ele não nos protegeu, e, meus compatriotas americanos, isso é imperdoável", disse Biden no discurso em que aceitou a nomeação democrata, no último dia da convenção do partido, realizada de forma virtual.

Biden assegurou ainda que a sua eleição garantiria os direitos dos desempregados, das vítimas da pandemia e "das comunidades que conheceram a injustiça de um joelho no pescoço", em alusão ao homicídio do afro-americano George Floyd, que originou protestos em massa no país e no mundo contra o racismo e a violência policial.

Biden aceitou durante a madrugada a nomeação para candidato à presidência dos Estados Unidos, um momento que representa o culminar de uma carreira política com quase cinco décadas.

A ser eleito, Biden, com 77 anos, seria o Presidente mais velho de sempre.

O ex-vice-Presidente de Barack Obama (2009-2017) invoca com frequência a sua experiência em funções governativas.

Biden foi senador de Delaware durante três décadas, antes de ser nomeado vice-Presidente de Obama. Candidatou-se pela primeira vez à presidência em 1988 e tentou novamente em 2008, antes de lançar uma nova campanha para 2020, no ano passado.

A pouco mais de dois meses das eleições, Biden não tem, no entanto, a história do seu lado.

Nas últimas quatro décadas, só um Presidente em funções foi derrotado: George H. W. Bush, em 1992, por Bill Clinton.

Biden enfrentou igualmente desafios sem precedentes para transmitir a sua mensagem durante a Convenção Nacional Democrata, realizada sem público ao vivo, e em que a maioria dos oradores discursaram em vídeos pré-gravados, por causa da pandemia.

Os democratas confirmaram na terça-feira a nomeação de Joe Biden como candidato contra Donald Trump nas presidenciais dos Estados Unidos, em 03 de novembro.

Biden conseguiu o apoio de 3.558 delegados, em comparação com os 1.151 para o senador mais à esquerda Bernie Sanders.

A seu lado nas eleições presidenciais de 03 de novembro estará a senadora da Califórnia Kamala Harris, terceira mulher a ser designada como candidata a vice-Presidente nos Estados Unidos, depois da democrata Geraldine Ferraro, em 1984, e da republicana Sarah Palin, em 2008, que não foram eleitas.

A aceitação do antigo vice-Presidente marcou o encerramento da Convenção Nacional Democrata.

 

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