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António Costa está hoje no Iraque em visita aos militares portugueses

António Costa chegou ao aeroporto internacional de Bagdade a meio da manhã no Iraque, vindo de Falcon da ilha grega de Samos e acompanhado por uma pequena comitiva na qual se integra o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

JULIEN WARNAN
18 de Dezembro de 2019 às 07:49
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O primeiro-ministro está hoje no Iraque a visitar o contingente militar português integrado na coligação internacional com a missão de estabilizar este país, através da formação e treino das forças governamentais iraquianas no combate ao "Daesh".

António Costa chegou ao aeroporto internacional de Bagdade a meio da manhã no Iraque, vindo de Falcon da ilha grega de Samos e acompanhado por uma pequena comitiva na qual se integra o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

O primeiro-ministro permanecerá em território iraquiano cerca de seis horas, seguindo viagem ainda hoje ao fim da tarde para a Nova Deli, onde na quinta-feira se reunirá com o chefe de Governo da Índia, Narendra Modi, e discursará como "convidado de honra" nas comemorações do 150º aniversário de Mahatma Gandhi.

Em território iraquiano, antes de partir de helicóptero para a base militar de Besmayah - o campo onde se encontra o contingente português -, o líder do executivo português tem logo no aeroporto uma breve reunião com uma delegação iraquiana composta pelo vice-primeiro-ministro (Thamir Ghadhban), ministro da Defesa e chefe de Estado Maior. Um encontro que foi pedido com insistência por parte das autoridades deste país e que, segundo fonte diplomática, visa sobretudo "salvaguardar as preocupações dos iraquianos em termos de afirmação de soberania, num quadro político interno muito frágil".

Quando ao fim da manhã chegar ao campo de Besmayah, situado a cerca de 50 quilómetros de Bagdade, o primeiro-ministro assiste a uma breve cerimónia militar e às atividades de treino no interior da base, designadamente movimentos realizados em veículos terrestres.

A seguir, na cantina da base militar, haverá uma apresentação sobre as características e ponto da situação da missão por parte da "task force" da base, seguindo-se uma fotografia de família e o almoço de Natal com os militares portugueses. No fim do almoço, António Costa assina o livro de honra do 10º contingente nacional e assiste a uma videoconferência sobre os resultados e objetivos da missão.

A última visita à força portuguesa destacada no Iraque, no campo de treino de Besmayah, foi realizada pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, em 31 de julho passado.

O 10º contingente nacional da operação internacional "Resolução Inerente" - uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) - integra 30 efetivos, incluindo três mulheres, provenientes de várias unidades da Brigada de Intervenção.

Esta coligação internacional liderada pelos Estados Unidos foi criada em 2014 e conta com cerca de 80 países membros e tem entre os seus objetivos "a capacitação das forças iraquianas", através do treino, do fornecimento de equipamento e aconselhamento.

Portugal participa na coligação desde maio de 2015, sendo a missão prorrogável até 2020. Desde 2015, já passaram pelo campo de Besmayah 190 militares portugueses, rendidos a cada seis meses.

Com uma área de 308 quilómetros quadrados, o campo tem 22 carreiras de tiro e instalações de treino de vários tipos de ação e técnicas.

Em termos específicos, a força nacional destacada no Iraque tem como missão o treino das forças iraquianas nas áreas da liderança, armamento, tiro, combate em áreas edificadas, planeamento de operações militares e inativação de engenhos explosivos.

A tensão na zona do Médio Oriente tem vindo a aumentar no último ano, após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão.

O Iraque, que já se ofereceu para mediador entre Teerão e Washington, será dos países mais afetado se a crise se intensificar e considera-se que poderá ser prejudicado muito se o conflito limitar o transporte marítimo no Golfo, zona por onde passa a quase totalidade das suas exportações petrolíferas.
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