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Parlamento de Hong Kong bate o pé à China

Os deputados pró-democracia do parlamento de Hong Kong rejeitaram a proposta chinesa de reforma eleitoral. O plano chinês define que os candidatos às eleições de 2017 em Hong Kong são escolhidos pelas autoridades de Pequim.

2º - Hong Kong (4º em 2014)
Bloomberg
18 de Junho de 2015 às 15:18
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O parlamento de Hong Kong rejeitou esta quinta-feira, 18 de Junho, o plano de reforma eleitoral apoiado por Pequim e cujas premissas estiveram na origem dos protestos que a partir do Verão do ano passado ocuparam as ruas da região.

 

O plano definido em Pequim pelo Partido Comunista Chinês estabelece que Hong Kong terá eleições legislativas por sufrágio universal em 2017, com uma condição: Os dois ou três candidatos a apresentar aos cerca de 5 milhões de eleitores de Hong Kong têm de passar pelo crivo prévio das autoridades chinesas.

 

O inesperado bater de pé a Pequim consubstanciou-se depois de 28 dos 70 membros do Conselho Legislativo de Hong Kong terem votado contra um plano que classificam de "falso" modelo democrático. Para ser aprovado, o plano chinês teria de recolher o apoio de dois terços do parlamento.

 

O líder pró-chinês daquela região, Leung Chun-ying, reagiu à votação lamentando que "hoje 28 deputados votaram contra a vontade da maioria da população de Hong Kong, negando o direito de eleger democraticamente o chefe do Executivo na próxima eleição".

 

A reacção chinesa não se fez esperar. "Este resultado não é satisfatório", afirmou Lu Kang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

 

Já as reacções de contentamento surgiram dentro e também fora do parlamento. Uma das 27 deputadas pró-democracia, Claudia Mo, abriu um guarda-chuva amarelo ainda dentro do edifício parlamentar, enquanto mais de 100 pessoas se reuniram à porta do parlamento para festejar o desfecho da votação.

 

Claudia Mo fez assim questão de reavivar a memória chinesa para as manifestações que durante meses juntaram milhares de pessoas no centro de Hong Kong para tentar impedir os intentos chineses. Protestos que ficaram conhecidos, pela sua pacificidade, como "revolução dos guarda-chuvas".

 

Os protestos foram desencadeados depois de a 31 de Agosto do ano passado, o Comité Central do PCC ter aprovado a realização de eleições directas, em 2017, para escolher o próximo Executivo de Hong Kong, com o senão de haver uma pré-lista de candidatos definidos em Pequim.

 

Os manifestantes e os deputados pró-democracia sustentam que o plano chinês não se coaduna com o acordo sino-britânico que em 1997 culminou com a transferência de soberania da região administrativa de Hong Kong, de Londres para Pequim. Acordo que prevê que os direitos, liberdades e garantias da população de Hong Kong teriam de permanecer salvaguardados por um período mínimo de 50 anos. 

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