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Yellen: Economia robusta justifica escalada das "yields" não o défice

A secretária de estado norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, afirmou esta quinta-feira que a subida das "yields" da dívida dos EUA para máximos de 2007 não se deve ao aumento de défice, mas antes ao bom estado da economia.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos foi menos dura do que na véspera sobre as garantias dos depósitos.
Evelyn Hockstein/Reuters
26 de Outubro de 2023 às 20:40
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A secretária norte-americana do Tesouro afirmou esta quinta-feira que a recente escalada das "yields" das obrigações soberanas dos Estados Unidos é um reflexo da robustez da economia e não da saúde das finanças públicas.

"Não penso que esteja ligado a isso", disse Janet Yellen, num evento da Bloomberg em Washington. "Estamos a ver as 'yields' subir nos países mais avançados", justificou.

A subida dos juros da dívida norte-americana, que na maturidade de referência, a dez anos, chegou a atingir 5%, o valor mais elevado desde 2007, é, na opinião de Yellen, uma "larga reflexão da resiliência que as pessoas estão a ver na economia".

A responsável pelo Tesouro falou poucas horas depois de ter sido conhecida a primeira estimativa do PIB dos Estados Unidos do terceiro trimestre do ano que se cifrou em 4,9%, um valor bastante acima do esperado pelos analistas, que estimavam uma subida de 4,5%. No primeiro trimestre a maior economia do mundo cresceu 2% e no segundo 2,1%. Yellen referiu que não ficaria surpreendida se a economia dos EUA crescesse 2,5% em 2023.

"A economia continua a mostrar uma robustez tremenda e isso sugere que as taxas de juro provavelmente vão ficar elevadas durante mais tempo", afirmou. Também na semana passada, num discurso, o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, afirmou que a escalada das "yields" está a apertar as condições financeiras e poderiam afetar as decisões de política monetária.

Nos últimos tempos vários participantes do mercado têm apontado para o aumento do défice como a justificação-chave para a rápida subida dos juros da dívida norte-americana.

Este movimento dá-se também numa altura em que os tradicionais compradores de dívida soberana como a Fed e outros bancos centrais têm reduzido a aquisição deste tipo de ativos, com o objetivo de gerar um aperto da situação financeira. Tal tem levado a que a dívida pública tenha de depender mais de fundos de investimento, fundos mutualistas e de pensões para investir na nova dívida. Estes participantes são mais sensíveis ao preço e podem, por sua vez, requerer maior retorno.
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