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Venezuela prende alegados conspiradores. UE reúne de emergência

Caracas deteve três norte-americanos, dois espanhóis e um checo, acusando-os de conspiração para derrubar o governo. UE vai reunir esta terça feira.

EPA
15 de Setembro de 2024 às 11:23
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As autoridades venezuelanas detiveram três norte-americanos, dois espanhóis e um checo, acusados de estarem ligados a uma alegada conspiração "para desestabilizar" o país, anunciou Caracas.

Washington negou imediatamente "qualquer envolvimento" dos Estados Unidos "numa conspiração para derrubar" o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A Espanha também refutou a tese de que os seus dois cidadãos são agentes dos serviços secretos.

Com este escalar de tensões como pano de fundo, O Parlamento Europeu irá realizar esta terça-feira um debate centrado na crise na Venezuela, o qual contará com presença do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.  No fim da linha poderá estar um possível reconhecimento do candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, como presidente eleito.

Por sua vez, a aposição venezuelana convocou uma "mobilização global" contra Nicolas Maduro para o próximo dia 28 de setembro.

As acontecimentos na Venezuela merecem particular atenção de Portugal. A comunidade portuguesa neste país é composta por cerca de 182 mil cidadãos nacionais, os quais desempenham um papel muito relevante no tecido social e económico, principalmente no comércio e na indústria.

Todavia, o governo português ainda não comentou os mais recentes acontecimentos neste país que apontam para uma escalada de tensão entre a Venezuela e o Ocidente, particularmente os EUA e a Espanha, país que possui igualmente uma forte comunidade neste país da América do Sul.

Em conferência de imprensa, no sábado, dia 14 de setembro, o o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, falou de um alegado plano para "gerar violência e desestabilizar" o país.

As autoridades venezuelanas anunciaram também a apreensão de cerca de 400 espingardas provenientes dos EUA.

Cabello afirmou que Maduro, cuja reeleição nas presidenciais de 28 de julho está a ser contestada pela oposição e por parte da comunidade internacional, era o alvo deste alegado plano, juntamente com outros funcionários do executivo.

"Dois cidadãos espanhóis foram recentemente detidos em Puerto Ayacucho (sul)", disse o ministro, acrescentando que um "cidadão norte-americano" também estava sob custódia, bem como outros dois norte-americanos e um checo.

Cabello associou o alegado plano aos serviços secretos espanhóis e norte-americanos, bem como à líder da oposição Maria Corina Machado.

"Contactaram mercenários franceses, contactaram mercenários da Europa de Leste e estão a levar a cabo uma operação para tentar atacar o nosso país", disse Cabello, acrescentando que os detidos estavam em vias de confessar.

As mais de 400 espingardas apreendidas destinavam-se "a atos terroristas aqui na Venezuela, terrorismo incentivado por setores políticos", disse, assegurando: "Sabemos até que o governo dos EUA está ligado a esta operação".

O Departamento de Estado norte-americano rejeitou qualquer "envolvimento dos EUA numa conspiração para derrubar Maduro é categoricamente falso. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela", escreveu um porta-voz numa mensagem de correio eletrónico.

O mesmo porta-voz disse que a diplomacia norte-americana tinha sido informada sobre a detenção de "militar norte-americano" e referiu "informações não confirmadas sobre a detenção de dois outros cidadãos norte-americanos".

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor das eleições, com 52% dos votos. No entanto, a oposição afirma que Gonzalez Urrutia obteve mais de 60% dos votos, com base nos relatórios fornecidos pelos seus escrutinadores.

Os Estados Unidos reconheceram Gonzalez Urrutia como Presidente e anunciaram na quinta-feira sanções contra 16 pessoas próximas de Maduro por "obstrução às eleições presidenciais".

Caracas rejeitou imediatamente estas medidas, com o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, a garantir, na sexta-feira, que as forças armadas "não eram corruptíveis" e não seriam intimidadas pelos EUA.

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