Notícia
Venezuela detém seis suspeitos pelo ataque com drones
O governo venezuelano anunciou este domingo, 5 de Agosto, que já foram detidas seis pessoas na sequência das explosões provocadas por drones durante um discurso do presidente do país, Nicolas Maduro.
Segundo avançou o ministro do Interior, Nestor Reverol, um dos seis suspeitos detidos tinha um mandado de prisão por causa de um ataque contra uma base militar, em 2017, e um segundo esteve preso em 2014 por participar em protestos contra o governo nas ruas.
No entanto, críticos da oposição lembram que o governo já usou no passado este tipo de incidentes como pretexto para acções severas contra os opositores.
"Advertimos que o governo está a aproveitar este incidente para criminalizar aqueles que, de forma legítima e democrática, se opõem a ele e para aprofundar a repressão e as violações sistemáticas dos direitos humanos", escreveu a coligação de oposição Frente Ampla num comunicado publicado no Twitter.
Duas explosões, aparentemente provocadas por drones obrigaram, no sábado,o presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
O acto, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anuncia que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado.
Nesse instante, a mulher do presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima. Antes de a televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver, o momento em que militares rompiam a formação.
Maduro saiu ileso do ataque que provocou sete feridos e acusou o governo colombiano de ter mão no "atentado".
"Tudo aponta para a extrema-direita venezuelana, em aliança com a extrema-direita colombiana e tenho a certeza que Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado", denunciou Maduro, durante um transmissão televisiva ao país este sábado, desde o palácio presidencial de Miraflores.
O presidente da Venezuela explicou que o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, vai abandonar a presidência do país, no dia 7 de agosto e que não podia deixar o poder "sem fazer dano" ao seu país. "Tratou-se de um atentado para me matar. No dia de hoje (sábado) tentaram assassinar-me. As investigações apontam a Bogotá", disse.