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Salários continuaram a aumentar nos Estados Unidos mesmo com pandemia e inflação

Mesmo com a inflação e a pandemia, os salários nos Estados Unidos continuam a aumentar e são mais notáveis na metade dos cidadãos mais pobres.

Os EUA celebram o Dia da Independência com riscos de recessão no horizonte.
Eric Thayer/Reuters
11 de Setembro de 2022 às 15:00
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Há cerca de duas semanas, em oito minutos, o presidente da reserva Federal norte-americana fez um discurso que levou os mercados a uma forte baixa. Ao longo desse tempo, Jerome Powell reiterou, entre outras perspetivas, que "o fardo da elevada inflação pesa mais naqueles que são menos capazes de suportar os custos".

Ainda assim, a história da economia norte-americana, consultada pela Bloomberg, através do Realtime Inequality tracker, não é tão esclarecedora. Cerca de 50% dos agregados familiares do país, particularmente aqueles com um património de 166 mil dólares ou menos, antes da pandemia, eram os que estavam numa posição financeira mais forte numa geração.

Dentro desta faixa, o crescimento da riqueza, ajustada pela inflação, foi de 2,8% nos primeiros seis meses, de acordo com o "tracker" desenvolvido por três economistas da Universidade da California. Por outro lado, os que se encontram nos 40% a meio da tabela de riqueza perderam 4,9%, ao passo que o topo de 1% - mais exposto ao "bear market" - perdeu mais de 10%.

A classe trabalhadora nos Estados Unidos tem sido uma das mais apoiadas por grandes aumentos salariais. De acordo com cálculos da agência de informação norte-americana, a remuneração para a metade de baixo da escala, aumentou 1,3% na primeira metade de 2022, ao passo que os 40% a meio da tabela diminuíram 0,2%.

Desde abril de 2020, os salários reais para a metade mais pobre cresceram cerca de 45%, quase o dobro do valor registado há dois anos. "A notável tendência observada desde o início da recuperação económica da pandemia - aumento sustentado do vencimento para a classe trabalhadora, quebrando com décadas de estagnação salarial - está a continuar", esclarece Gabriel Zucman um dos economistas responsáveis pelo Realtime Inequality, à Bloomberg.

"Apesar da economia no geral estar a desacelerar, a classe trabalhadora ainda está a beneficiar de ganhos ajustados à inflação" aponta Zucman. Ainda assim, os ganhos recentes não fizeram muito para afetar a desigualdade. Os norte-americanos na metade de baixo da tabela contabilizam para apenas 1,2% da riqueza do país, comparado com cerca de 35% do 1% que está no topo, uma tendência que apenas tem acelerado nos últimos anos.
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