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Maduro vence eleições na Venezuela. Portugal pede "verificação imparcial"
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou esta madrugada a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais com mais de 51% dos votos. EUA dizem estar preocupados e a União Europeia pede transparência. Portugal pede "verificação imparcial".
Pouco passava da meia-noite na Venezuela quando a autoridade eleitoral nacional atribuiu a vitória ao presidente recandidato Nicolás Maduro com mais de metade dos votos, quando já estavam escrutinados 80% dos boletins de voto. O candidato que lidera a oposição, Edmundo Urrutia, arrecadou 44% dos votos.
Assim, Maduro – herdeiro de Hugo Chávez – obteve 5,15 milhões de votos (51,20%), à frente de Urrutia que conseguiu cerca de 4,5 milhões de votos (22,2%). O resultado é "irreversível" anunciou o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso. Pouco depois, Maduro declarou vitória. "O fascismo, na terra de Bolívar e Chávez, não passará. Graças a Deus por este triunfo", foram as primeira palavras, afirmando que o sistema eleitoral é "de um nível muito elevado de confiança, segurança e transparência".
Nicolás Maduro prometeu "paz, estabilidade e justiça" para a Venezuela perante apoiantes que festejavam à porta do Palácio Presidencial, em Caracas. "Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito pela lei. Sou um homem de paz e de diálogo", afirmou, quando a campanha e as eleições decorreram num clima de tensão, com a oposição a denunciar numerosas intimidações e detenções.
A oposição não reconhece os resultados, apontando falhas no processo eleitoral. "Os resultados são indiscutíveis", afirmou o líder da oposição numa publicação na rede social X, acreditando que "o país escolheu a mudança em paz."
Poucas horas depois, já em declarações aos jornalistas Edmundo Urrutia, disse que foram violadas as normas eleitorais e garante que não vai parar até que a vontade dos venezuelanos seja respeitada.
“No descansaremos hasta que la voluntad del pueblo de Venezuela sea respetada”, aseguró el candidato presidencial Edmundo González Urrutia, como reacción al primer boletín emitido por el CNE.#VIVOplay por: https://t.co/67lmRgXVCY pic.twitter.com/ES61ThZZmd
— VIVOplay (@vivoplaynet) July 29, 2024
UE pede transparência e Portugal "verificação imparcial"
As reações do mundo ocidental são de desconfiança perante os resultados anunciados na madrugada desta segunda-feira.
Numa publicação na rede social X, o alto representante da União Europeia para a diplomacia, Josep Borrell pediu transparência em todo o processo, "incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso às atas de votação."
El pueblo de Venezuela votó sobre el futuro de su país de manera pacífica y masiva.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) July 29, 2024
Su voluntad debe ser respetada.
Es vital asegurar la total transparencia del proceso electoral, incluyendo el conteo detallado de los votos y el acceso a las actas de votación de mesas electorales
Já o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou fortes preocupações com as consequências dos resultados eleitorais.
"Temos sérias preocupações que os resultados anunciados não refletem a vontade ou votos do povo venezuelanos. A comunidade internacional está atenta e segue o que se passa, agindo de forma responsável", afirmou Antony Blinken, à margem de uma reunião em Tóquio.
Também através das redes sociais, Portugal reagiu, pedindo "verificação imparcial dos resultados". Na rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tutelado por Paulo Rangel, disse ainda estar a acompanhar a comunidade portuguesa na Venezuela.
O MNE saúda a participação popular e considera ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela. Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) July 29, 2024
(Notícia atualizada às 09:30 com reação de Portugal)