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Maduro garante que vai respeitar o resultado das eleições presidenciais

A campanha eleitoral decorreu em clima de grande tensão com o candidato que lidera a oposição, o diplomata Edmundo Urrutia.

28 de Julho de 2024 às 14:56
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O Presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, garantiu este domingo que respeitará o resultado das eleições presidenciais, que será divulgado no final do dia, apelando ainda aos restantes nove candidatos que façam o mesmo.

"Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral [referindo-se ao Conselho Nacional Eleitoral/CNE], os boletins oficiais e assegurarei que esses sejam respeitados, declarou Maduro aos jornalistas após votar, em Caracas.

Maduro reiterou o que disse ao longo da campanha eleitoral, ou seja, que a sua candidatura é "a única garantia de paz" no país.

Questionado sobre o reconhecimento dos resultados em caso de derrota eleitoral, sublinhou que o relatório do CNE "não só será reconhecido, como defendido, numa perfeita união civil-militar", posteriormente garantindo que tudo correrá bem. "Eu disse que ia chegar em paz e em paz chegou [referindo-se ao dia das eleições] e se há algo a preservar e a defender é a paz, a harmonia, a convivência entre os venezuelanos. Tem de ser um dia para o bem triunfar na Venezuela, fazendo o bem, que é a maior expressão do amor", expressou.

Maduro anunciou que na segunda-feira irá contar "muitas coisas" relacionadas com o trabalho desenvolvido pelo seu Governo para garantir que essas eleições acontecessem em paz, lembrando a sua intenção de fazer um novo apelo ao diálogo com vários setores, incluindo o político e o económico.

Como já é habitual, Maduro tornou-se o primeiro eleitor do seu centro de votação e o primeiro dos 10 candidatos a votar, enquanto os restantes concorrentes deverão exercer o seu direito ao voto ao longo da manhã.

Em ambiente de crise económica e social, a campanha eleitoral decorreu em clima de "tudo ou nada", com Maduro a ameaçar um "banho de sangue" e uma guerra civil caso não consiga um terceiro mandato de seis anos e a oposição a prometer lutar "até ao fim".

A escolha de cerca de 21 dos 30 milhões de venezuelanos será repartida por 10 candidatos, mas o resultado deverá decidir-se entre Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela, que sucedeu no poder ao antigo líder Hugo Chavez, e o diplomata reformado Edmundo Urrutia, que substituiu a candidata Maria Corina Machado, que o regime impediu de se candidatar.

Num país com uma comunidade de portugueses e lusodescendentes significativa, a população vive com baixos rendimentos, carestia e insuficiência de serviços básicos, com sistemas de saúde e educação degradados.

Uma delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, onde estava integrado o eurodeputado português Sebastião Bugalho, ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas e foi depois expulsa do país no sábado.

As urnas abriram às 06:00 da manhã locais (11:00 em Lisboa) e fecham às 18:00 (23:00 de Lisboa).

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