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Dilma defende-se hoje do "impeachment" no Senado

Afastada do cargo há mais de 100 dias, Dilma tem hoje a possibilidade de se defender perante o Senado que pode decidir a sua destituição. As contas não lhe são favoráveis: faltará convencer apenas um senador para que o impeachment seja efectivo, segundo O Globo.

Reuters
29 de Agosto de 2016 às 00:17
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A Presidente suspensa de funções do Brasil, Dilma Rousseff, deverá nesta segunda-feira, 29 de Agosto, falar pela primeira vez no Senado Federal, no âmbito do julgamento de destituição que corre contra si naquele órgão de soberania pela prática de alegados crimes de responsabilidade.

A sua intervenção, que deve começar às 9:00 locais (13:00 em Portugal Continental) demorará pouco mais de 30 minutos, conta o jornal Folha de São Paulo, e terá um "teor mais emotivo e pessoal" do que jurídico e técnico. Dilma deverá fazer uma retrospectiva cronológica do que a conduziu até aqui e alertar para as consequências para o Brasil do seu afastamento definitivo.

Até o momento, 47 parlamentares inscreveram-se para questionar Dilma, que não terá limite de tempo para responder às perguntas dos senadores, sendo que cada questão pode demorar até cinco minutos. Entre os seus convidados na sala, deverão contar-se o ex-Presidente Lula da Silva – contra quem na semana passada foram movidas acusações da polícia brasileira por alegadas práticas de corrupção e lavagem de dinheiro – e o cantor Chico Buarque.

O senador do PSDB e antigo candidato presidencial adversário de Dilma, Aécio Neves, garantiu em declarações ao Estado de São Paulo que a Presidente suspensa será tratada com "absoluto respeito" na sessão que será conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandoski.

Mas deverá ser Dilma, defende, a condicionar o tom com que decorrerão os trabalhos. O uso da expressão "golpe", na presença de um alto magistrado como Levandowski, promete dar lugar a reacções acesas das bancadas. "Se houver provocação, responderemos à altura", afirmou Aécio ao jornal "O Globo". "Você não pode admitir um golpe presidido pelo presidente do Supremo", disse Cássio Cunha Linha, também do PSDB, em entrevista à Rádio Estadão.

Este domingo à noite, segundo o Estado de São Paulo, Dilma estará reunida com a sua equipa para definir a estratégia de actuação no depoimento. Lula também se encontrou com a Presidente, como a própria fez saber na sua página no Facebook.




A perda do mandato e a inelegibilidade por oito anos pode estar por dias, bastando que na votação, prevista ainda para esta semana, 54 dos 81 senadores (dois terços) concorde com a condenação por crimes de responsabilidade orçamental e de gestão alegadamente cometidos na véspera de eleições, através da maquilhagem das contas públicas e do aumento de despesa sem autorização.

Entre os apoiantes de Dilma, segundo o Folha, não há esperança de que a intervenção desta segunda-feira altere a tendência dos votos, que lhe é desfavorável. Até ao momento, de acordo com o "placard do impeachment" do jornal O Globo, faltará convencer apenas um senador para que Dilma seja afastada: 53 terão decidido votar a favor da destituição e 18 estarão contra. Dez não responderam.

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