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Crescimento da economia brasileira abranda com consumo das famílias a estagnar
O crescimento do Brasil no primeiro trimestre do ano não foi capaz de acompanhar as previsões, com as famílias a revelarem mais cautela na hora de consumir.
O PIB (Produto Interno Bruto) da maior economia da América Latina cresceu 0,6%, quando comparado com os três meses anteriores, e 1,9% face ao período homólogo. Os analistas consultados pela Bloomberg esperavam um crescimento de 0,9%, por comparação com o trimestre anterior.
“O panorama da actividade global foi mais fraco do que o crescimento apresentado faz parecer, com pouco desenvolvimento do sector terciário e uma perda significativa de ímpeto no consumo privado”, afirmou Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs.
Os resultados desapontantes vão "atordoar" um Governo que fez tudo para reavivar a economia e reposicionar o Brasil como um dos mais dinâmicos membros dos BRICS, onde também se incluem a Rússia, Índia, China e a África do Sul.
O Brasil embarcou numa série de cortes nos impostos e redução de preços, apoiando a redução das tarifas de electricidade, e incentivando os bancos a aumentar os empréstimos, num esforço para aumentar o consumo, o maior condutor da economia nas últimas décadas.
O fraco resultado do PIB irá influenciar o Comité de Política Monetária na tomada de decisão quanto ao aumento da taxa de juro, situada nos 7,5%, que os analistas acreditam que será de 25 ou 50 pontos base, numa tentativa de abrandar a inflação.
A agricultura foi o ponto forte do país, com uma expansão de 9,7% quando comparada com o trimestre anterior, ajudada pela colheita de soja, açúcar e milho. O investimento também registou uma pequena melhoria, com uma subida de 4,6%.
O consumo das famílias estagnou, ficando em linha com o trimestre anterior, tal como os gastos do Governo. “O crescimento durante o primeiro trimestre foi apoiado por uma significativa recuperação na produção agrícola e nos gastos em investimento”, afirmou Ramos.