Notícia
Suíça condena empresário por corrupção de quadros da petrolífera angolana Sonangol
A justiça suíça condenou um ex-administrador de uma empresa holandesa, que reside em Portugal, por corrupção de vários quadros da petrolífera estatal angolana Sonangol, num total de 5,8 milhões de euros entre 2005 e 2008.
19 de Outubro de 2020 às 20:22
Segundo o despacho consultado esta segunda-feira pela Lusa, as verbas foram pagas pelo administrador francês Didier Keller quando era CEO da SBM Offshore, que foi condenado a uma pena suspensa de prisão de dois anos, a que o arguido não se opôs.
Em causa estão várias transferências daquela empresa, "especializada em conceção, fabrico e comercialização de sistemas e equipamentos marítimos para a indústria do petróleo e do gás", para quadros da petrolífera no valor total de 6.836.400 dólares, contabilizadas pela justiça suíça, após uma denúncia em setembro de 2016.
O presidente do conselho de administração da Sonangol à data, Manuel Vicente, que foi depois vice-presidente de Angola, entre 2012 e 2017, não é citado como tendo recebido essas verbas, mas vários colaboradores próximos terão recebido transferências e ele próprio teria conhecimento dessas operações, segundo as autoridades suíças.
"Na sequência de uma reunião agendada (pelo arguido) para assegurar que as 'comissões' exigidas por Baptista Muhongo Sumbe (braço-direito do presidente do conselho de administração) beneficiariam a Sonangol, Didier Keller foi criticado por Manuel Vicente (...) por não confiar nos seus relatórios diretos, sem mais explicações", refere o despacho suíço.
As transferências foram para contas particulares e para empresas 'offshore' desses quadros superiores da petrolífera, que já havia estado ligada a outros casos de corrupção da empresa holandesa.
Em novembro de 2014, a SBM Offshore acordou pagar, junto das autoridades holandesas, uma multa de 240 milhões de dólares (205 milhões de euros) por "atos de suborno de funcionários públicos estrangeiros cometido entre 2007 e 2011, particularmente em Angola".
Três anos depois, a SBM Offshore e uma sua subsidiária norte-americana acordaram pagar 238 milhões de dólares (203 milhões de euros) pelos mesmos crimes, entre 1996 e 2011, à justiça dos EUA.
"Os atos de corrupção de que Didier Keller é culpado são graves", referem os juízes suíços, salientando que esses pagamentos tinham como "único objetivo" assegurar "a celebração e execução de contratos por parte da SBM GROUP em Angola".
"Através das suas repetidas ações culposas, Didier Keller minou a objetividade e imparcialidade do processo decisório do Estado em Angola", depois de ter percebido que "este Estado é notoriamente afetado pela corrupção endémica que tem repercussões económicas e sociais desastrosas".
O arguido "reconheceu os factos alegados contra si no contexto do presente processo" e "forneceu explicações detalhadas para as suas próprias ações", permitindo "ajudar no avanço e no início de outras investigações relacionadas".
O arguido foi também condenado a indemnizações e multas no valor total de meio milhão de euros.
Em causa estão várias transferências daquela empresa, "especializada em conceção, fabrico e comercialização de sistemas e equipamentos marítimos para a indústria do petróleo e do gás", para quadros da petrolífera no valor total de 6.836.400 dólares, contabilizadas pela justiça suíça, após uma denúncia em setembro de 2016.
"Na sequência de uma reunião agendada (pelo arguido) para assegurar que as 'comissões' exigidas por Baptista Muhongo Sumbe (braço-direito do presidente do conselho de administração) beneficiariam a Sonangol, Didier Keller foi criticado por Manuel Vicente (...) por não confiar nos seus relatórios diretos, sem mais explicações", refere o despacho suíço.
As transferências foram para contas particulares e para empresas 'offshore' desses quadros superiores da petrolífera, que já havia estado ligada a outros casos de corrupção da empresa holandesa.
Em novembro de 2014, a SBM Offshore acordou pagar, junto das autoridades holandesas, uma multa de 240 milhões de dólares (205 milhões de euros) por "atos de suborno de funcionários públicos estrangeiros cometido entre 2007 e 2011, particularmente em Angola".
Três anos depois, a SBM Offshore e uma sua subsidiária norte-americana acordaram pagar 238 milhões de dólares (203 milhões de euros) pelos mesmos crimes, entre 1996 e 2011, à justiça dos EUA.
"Os atos de corrupção de que Didier Keller é culpado são graves", referem os juízes suíços, salientando que esses pagamentos tinham como "único objetivo" assegurar "a celebração e execução de contratos por parte da SBM GROUP em Angola".
"Através das suas repetidas ações culposas, Didier Keller minou a objetividade e imparcialidade do processo decisório do Estado em Angola", depois de ter percebido que "este Estado é notoriamente afetado pela corrupção endémica que tem repercussões económicas e sociais desastrosas".
O arguido "reconheceu os factos alegados contra si no contexto do presente processo" e "forneceu explicações detalhadas para as suas próprias ações", permitindo "ajudar no avanço e no início de outras investigações relacionadas".
O arguido foi também condenado a indemnizações e multas no valor total de meio milhão de euros.