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Reformas em Angola são positivas mas a vulnerabilidade ao petróleo é um risco

A Economist Intelligence Unit (EIU) elogia as reformas de João Lourenço mais diz que o facto do país continuar dependente das receitas do petróleo constitui um vulnerabilidade,

EPA
25 de Novembro de 2018 às 10:39
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A Economist Intelligence Unit (EIU) considerou este domingo, 25 de Novembro, que as reformas em curso em Angola são positivas para a economia, mas alertou que enquanto não surtirem efeito, o país vai continuar vulnerável às variações nos preços do petróleo.

 

"Apesar de os anúncios de reformas parecerem positivos, tal com o é positivo o empenho de João Lourenço em combater a corrupção, continua por se ver quão séria é a agenda de reformas", escrevem os peritos da revista britânica The Economist, acrescentando que "no curto a médio prazo, Angola vai continuar altamente vulnerável a mais choques no preço do petróleo".

 

Na análise ao Orçamento do Estado para 2019, que será votado em Dezembro na Assembleia Nacional de Angola, a EIU escreve que "as iniciativas de reforma vão provavelmente ajudar Angola a diversificar a sua economia, aumentando a produção interna, incluindo na manufactura e na agricultura, e reduzir a dependência do país das importações".

 

O problema, apontam, é que "vai demorar até que os efeitos dessas iniciativas se façam sentir", e Angola deverá enfrentar este ano uma nova recessão económica, com a economia a contrair-se 1,1%, o que representa uma forte revisão face aos 4,9% de crescimento inicialmente previstos pelo Governo.

 

"O crescimento em 2019 vai seguir-se a três anos consecutivos de recessão, com a economia a ter caído 2,6% em 2016 e 0,1% em 2017, de acordo com os últimos números do Governo", escrevem os analistas, acrescentando que "a perspetiva mais conservadora de evolução da economia para 2019 [com uma previsão de crescimento de 2,8%] reflete uma postura mais prudente do Governo, que no passado tem tido uma tendência para fazer previsões demasiado optimistas, criando expectativas orçamentais irrealistas e que resultavam em receitas aquém do orçamentado".

 

A EIU sublinha que, pela primeira vez, Angola planeia gastar mais em educação e em saúde, com 7% e 6%, respectivamente, do que nos serviços de segurança e defesa, que vão receber 9% do orçamento.

 

A maior despesa, no entanto, continua a ser o serviço da dívida, que passou de 35% em 2013 para ultrapassar os 70% do PIB no ano passado e que representa 48% das receitas do Executivo, descendo de 52%, no ano passado, segundo um orçamento que coloca o preço do barril do petróleo nos 68 dólares e prevê que o país consiga bombear 1,67 milhões de barris por dia.

 

Na análise ao Orçamento, a EIU aponta ainda como positivo o aumento, em cinco vezes, da despesa reservada à agricultura, "particularmente importante para Angola", e que "indica que o Governo está a falar a sério sobre o investimento nos sectores produtivos, apesar de a percentagem deste sector no total da despesa ficar-se por uns decepcionantes 1,6%".

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