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Marques Mendes sugere parcerias público-privadas para Angola dinamizar economia e criar emprego

O advogado e antigo líder do PSD Luís Marques Mendes considerou hoje que Angola vive "uma tempestade perfeita" e defendeu que o país deveria ponderar a criação de parcerias público-privadas para dinamizar a sua economia e gerar emprego.

Carlos Barroso/Lusa
17 de Junho de 2020 às 21:41
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"Angola vive uma tempestade perfeita", com três crises, a que já vinha decorrendo, a do petróleo e a da pandemia de covid-19, afirmou Marques Mendes, que participou hoje como 'partner' da Abreu Advogados no 'webinar' com o tema "Covid-19, Desafios e Oportunidades para a Economia de Angola", uma conversa online promovida pelo Banco BAI - Banco Africano de Investimento.

Neste contexto, defendeu que "uma solução que vale a pena ser refletida e debatida é a ideia de porque não Angola avançar com a PPP - parcerias público-privadas".

Na prática são parcerias entre o Estado e grupos privados que "num momento em que o Estado tem dificuldade em ter recursos para investir ou (...) para criar incentivos financeiros" podem ser "uma oportunidade de fazer investimento hoje, fazer obra hoje, dinamizar a economia e criar emprego", sublinhou, pagando o Estado uma parte desse investimento.

"Claro que Angola tem a necessidade de reduzir importações, porque este é um problema associado à falta de divisas e portanto a necessidade de investir em áreas como a agricultura, a agroindústria e as indústrias transformadoras e também de aliviar a sua situação", afirmou, mas tem "sobretudo a necessidade de investir", destacou, numa intervenção em que teceu críticas à falta de sensibilidade do Fundo Monetário Internacional para a microeconomia e em relação às especificidades dos países, referindo-se à intervenção do FMI em Angola, mas também em Portugal.

Além desta solução das PPP, o 'partner' da Abreu Advogados e analista político, considerou também que as privatizações em Angola podem ser, no meio de uma tripla crise, "uma boa oportunidade".

"O processo de privatizações, que está no seu início, pode ser também uma boa oportunidade. Nós [em Portugal] tivemnos situações dessa natureza aqui há anos. Não sei se é tanto a questão do encaixe financeiro, mas é sobretudo a oportunidade de o Estado poder retirar-se de alguns setores onde não tem grande vocação para intervir", considerou o também conselheiro de Estado.

Mas as privatizações são também, na opinião de Marques Mendes, "uma oportunidade de ter empresas com maior eficiência" - e também a oportunidade de atrair investimento estrangeiro", que "foi importante" para Portugal e "possa ser importante também para Angola nesta fase".

O 'webinar' "Covid-19, Desafios e Oportunidades para a Economia de Angola" contou ainda com as participações do professor associado da Universidade Católica de Angola Manuel Alves da Rocha, do jornalista e economista Carlos Rosado de Carvalho e de Paulo Pinto de Andrade, CEO da Vovó Xica; José Moniz da Silva, CEO da Moniz Silva International, de Elizabeth dos Santos, CEO da Fazenda Pérola do Kikuxi, e Luís Lelis, CEO do BAI.

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