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Isabel dos Santos processa jornalistas e diz que investiu em Portugal com "fundos lícitos"

Num comunicado emitido esta segunda-feira a empresária angolana anuncia também que vai processar o consórcio de jornalistas responsável pela divulgação do Luanda Leaks.

27 de Janeiro de 2020 às 17:39
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Isabel dos Santos emitiu esta segunda-feira mais um comunicado em reação à investigação do Luanda Leaks, refutando as "alegações infundadas e falsas afirmações" de que foi alvo e o recurso a fundos ilícitos para investir em Portugal.

 

No comunicado emitido esta segunda-feira a empresária angolana anuncia também que vai processar o consórcio de jornalistas responsável pela divulgação do Luanda Leaks.

 

"Refuto as alegações infundadas e falsas afirmações e informo que deram início as diligências para as ações legais contra a ICIJ e parceiros da ICIJ, as quais serão conduzidas pela empresa internacional de advogados SCHILLINGS Partners", refere o comunicado.

 

A mesma firma representa Harry e Meghan Markle no seu processo de saída da família real, tendo avisado os tabloides de que não deveriam fotografar o casal na sua nova vida, precisamente porque uma das razões para o afastamento destes foi a necessidade de fugirem à exposição mediática.

 
O caso conhecido por Luanda Leaks foi revelado por um consórcio internacional de jornalistas, que integra o Expresso e a SIC, e aponta várias suspeitas sobre transferências de dinheiros da Sonangol para uma consultora de Isabel dos Santos, quando a empresária era administradora da petrolífera.

Na quarta-feira, 22 de janeiro, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que Isabel dos Santos tinha sido constituída arguida num processo em que é acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol e que visa também portugueses alegadamente facilitadores dos negócios da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

O anúncio do processo a jornalistas surge no final de um extenso comunicado onde Isabel dos Santos refuta as acusações de que foi alvo.

 

Isabel dos Santos anunciou que vai vender a posição no Eurobic e na Efacec e os seus gestores apresentaram a demissão de diversas empresas em Portugal. Mas no comunicado, Isabel dos Santos aproveita para reafirmar que "nenhum investimento realizado pelas minhas empresas em Portugal teve fundos de origem ilícita".

"Os investimentos realizados em Portugal foram constituídos por fundos lícitos, tendo sido respeitados os procedimentos do Banco Nacional de Angola (BNA) no que se refere ao licenciamento de exportação de capitais", refere o comunicado, acrescentando que "as empresas com as quais opero são legítimas, pagam impostos, e nenhuma empresa foi jamais condenada por atividade criminal".

Jornalistas "desencadearam uma tragédia humana"

 

No comunicado a empresária angolana aponta o dedo aos jornalistas, afirmando ser "lamentável e um triste exemplo as ações irresponsáveis de alguns jornalistas que, sem meios a medir, desencadearam uma tragédia humana e negligenciaram o respeito pelo direito à privacidade individual e o respeito pelas famílias".

 

"Nenhum esforço foi poupado para realizar esta concertada campanha de difamação, cujo único objetivo é atingir a minha reputação e influenciar a opinião pública", diz Isabel dos Santos, salientando que "foram usados seletivamente imagens e documentos mal interpretados e supostamente baseados em e-mails obtidos criminalmente por via de hacking para construir uma narrativa enganosa sobre as minhas empresas, investimentos e trabalho em geral.

 

 

Grande parte do comunicado é dedicado por Isabel dos Santos a "repor os factos e a verdade sobre estas alegações infundadas" reveladas pelo consórcio de jornalistas, nomeadamente o pagamento de 115 milhões de dólares por parte da Sonangol a uma empresa com sede no Dubai detida pela empresária angolana e denominada Matter Business Solutions.

 

Diz Isabel dos Santos que várias "consultoras internacionais trabalharam com a Matter Business Solutions na sua qualidade de coordenador transversal do projecto de reestruturação do Grupo Sonangol e receberam pagamentos de cerca de 90 milhões de dólares, efectuados pela Matter Business Solutions".

 

(notícia atualizada pela última vez às 18:10)

 

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