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Chinês Eximbank negoceia extensão da moratória da dívida com Angola
O banco chinês Eximbank está a negociar uma extensão da moratória do serviço da dívida com Angola, disse esta segunda-feira o embaixador chinês em Luanda, Gong Tao.
23 de Agosto de 2021 às 20:48
"Como membro do G20 e principal credor de alguns países africanos, a China atribui grande importância aos trabalhos de concretização da iniciativa DSSI (Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida) e foi o primeiro país a participar e apoiar o prolongamento do período de moratória do serviço da divida, incluindo dos países africanos", declarou Gong Tao numa conferência de imprensa em Luanda.
O governo angolano anunciou em junho que ia aproveitar a prorrogação da iniciativa DSSI, do G20, para pedir também a extensão da moratória do serviço da dívida bilateral não garantida até ao final do ano.
As autoridades angolanas não indicaram os valores da dívida bilateral, mas segundo as informações disponibilizadas no site do Banco Nacional de Angola, no final do ano passado era de 5.774,1 milhões de dólares (4.732,9 milhões de euros).
Gong Tao adiantou que as principais instituições financeiras chinesas, como o Banco de Desenvolvimento da China (CBD), o Banco Comercial e Industrial da China (ICBC), o Banco da China e o Banco Exportação e Importação da China (Eximbank), têm procurado "reagir de uma forma muito ativa" e ir ao encontro da vontade do mercado, estando a desenvolver esforços concretos para o alívio do serviço da dívida angolana, oferecendo soluções como as moratórias.
"No ano passado, os principais credores chineses souberam manter o diálogo e as negociações com as autoridades angolanas para chegar a um acordo de moratória para o serviço da dívida", sublinhou, sem referir valores.
"Segundo sei, para o ano corrente, de acordo com os entendimentos alcançados no quadro da iniciativa DSSI, o Eximbank ainda está a manter negociações com a parte angolana para um acordo de um novo pacote de moratória", afirmou o diplomata.
No ano passado, a ministra das Finanças angolana, Vera Daves, anunciou que a renegociação da dívida angolana, dentro e fora do G20, permitia poupar 6 mil milhões de dólares (5 mil milhões de euros) até 2023.
O stock da dívida pública de Angola rondava, no terceiro trimestre de 2020, os 131% do PIB
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