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Vistos Gold: Miguel Macedo absolvido de todos os crimes
O julgamento dos Vistos Gold, que contou com 73 sessões, teve início a 13 de fevereiro de 2017. A leitura da sentença, adiada três vezes, decorreu esta sexta-feira e ditou a absolvição de Miguel Macedo. Já o ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo foi condenado por um crime de corrupção ativa, outro de corrupção passiva, peculato e tráfico de influências.
O ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo foi, esta sexta-feira, absolvido de todos os crimes no âmbito do processo dos Vistos Gold. Também o ex-diretor do SEF Jarmela Palos não foi considerado culpado de nenhuma das acusações que lhe eram imputadas. Já o antigo presidente do Instituto de Registos e Notariado António Figueiredo foi condenado por um crime de corrupção ativa, outro de corrupção passiva, peculato e tráfico de influências, tendo sido ilibado dos crimes de corrupção relacionados com negócios com Angola que lhe foram imputados.
A leitura do acórdão foi feita esta sexta-feira após três adiamentos, o último dos quais devido à greve parcial dos funcionários judiciais, a 21 de dezembro.
A exceção foi para o empresário Jaime Gomes para quem pediu prisão efetiva por corrupção passiva, prevaricação de titular de cargo político em coautoria com Miguel Macedo, António Figueiredo e Jarmela Palos [ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteira] e tráfico de influência.
No caso de Jarmela Palos, o Ministério Público deu como provada a corrupção passiva, pedindo uma pena até cinco anos de prisão, podendo ser suspensa na sua execução, mas admitiu que este arguido seja absolvido de um dos dois crimes de prevaricação.
Miguel Macedo demitiu-se do cargo de ministro em Novembro de 2014 depois do MP lhe imputar o alegado favorecimento de um grupo de pessoas que pretendia lucrar de forma ilícita com a atribuição de Vistos Gold, realizando negócios imobiliários lucrativos com empresários chineses que pretendiam obter autorização de residência para investimento.
Desse grupo faziam parte, alegadamente, Jaime Gomes, empresário e amigo de Miguel Macedo, António Figueiredo e o empresário chinês Zhu Xiaodong.
Em causa estavam também alegados favorecimentos a uma empresa de Paulo Lalanda de Castro, ex-patrão da farmacêutica Octopharma, acusado de tráfico de influências e ao Grupo Bragaparques.
Miguel Macedo foi acusado de prevaricação de titular de cargo político e tráfico de influência, António Figueiredo respondeu em julgamento por corrupção passiva, recebimento indevido de vantagem, peculato de uso, tráfico de influência, prevaricação e branqueamento de capitais.
Maria Antónia Anes, antiga secretária-geral do Ministério da Justiça, respondeu por corrupção ativa para a prática de ato ilícito, corrupção passiva para a prática de ato ilícito e tráfico de influência e os empresários chineses Zhu Xiaodong, Zhu Baoe e Xia Baoling por corrupção ativa e de tráfico de influências.