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Trump considerado culpado de abuso sexual e difamação

Caso civil tinha sido interposto pela jornalista E. Jean Carroll e refere-se a um episódio que aconteceu nos anos 1990. Donald Trump anunciou que vai recorrer, suspendendo para já o pagamento de cinco milhões de dólares à vítima.

09 de Maio de 2023 às 20:34
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Donald Trump foi considerado culpado de abuso sexual e difamação da jornalista E. Jean Carroll. O caso foi julgado num tribunal civil e não criminal pelo que o ex-presidente dos EUA não incorre em nenhuma pena de prisão. Para já o que se sabe é que vai recorrer da decisão, suspendendo assim o pagamento de cinco milhões de dólares (4,5 milhões de euros) em danos.

O júri composto por nove elementos - seis homens e três mulheres - deliberou em menos de três horas, acabando por dar razão à escritora contra os argumentos do pré-candidato às presidenciais de 2024. Para ser considerado culpado, o veredito teve de ser unânime. Porém, o júri acabou a ilibar Trump da acusação de violação.

Elizabeth Jean Carroll, de 79 anos, testemunhou durante o julgamento e acusou Trump, de 76 anos, de a ter violado num vestiário de uma loja em Manhattan algures em 1995 ou 1996. Queixou-se ainda de a ter difamado quando, em outubro de 2022, fez uma publicação na sua rede social - a Truth Social - onde se referia às suas acusações como "completa vigarice", "um embuste" e "uma mentira".

Donald Trump optou por não apresentar qualquer argumento de defesa, nem apareceu em nenhuma das sessões. Para o ex-presidente, a antiga cronista da revista Elle e democrata inventou estas acusações para aumentar as vendas do seu livro de memórias, em 2019, e para o prejudicar politicamente.

Em tribunal esteve apenas o seu advogado que deu os parabéns à advogada de Carroll no final da sessão. Trump reagiu na sua rede social: "Não faço ideia quem é esta mulher. Este veredito é uma vergonha - a continuação da maior caça às bruxas de sempre!".

Por se tratar de um caso civil, Carroll teve de provar a sua alegação de violação "por uma preponderância de provas" - o que significa que era mais provável ter sido violado do que não - enquanto que num caso criminal os queixosos têm de apresentar "provas para lá de uma dúvida razoável". Já para provar a difamação teve de entregar "provas claras e convincentes".

Carroll juntou ainda o testemunho de duas mulheres que disseram ter sido sexualmente abusadas por Trump há algumas décadas. Uma delas foi Natasha Stoynoff, antiga jornalista da People, que contou aos jurados que Trump a encurralou no seu clube de Mar-a-Lago, na Flórida, em 2005, e que a beijou à força. Enquanto Jessica Leeds acusou o ex-presidente de a ter beijado, apalpado e metido a mão pela saia acima, num voo em 1979. 

O júri decidiu atribuir uma indemnização à Carroll de dois milhões de dólares no caso de abuso sexual e mais 20 mil dólares por danos exemplares (danos avaliados para punir o réu pela sua conduta ultrajante). No caso das acusações de difamação, o júri atribuiu mais três milhões de dólares de indemnização.

Este é apenas um dos muitos processos judiciais que Donald Trump enfrenta. A 4 de abril, o republicano e pré-candidato presidencial ficou a conhecer também as 35 acusações de que é indiciado no que toca a crimes de falsificação de registos financeiros, cometidos antes da eleição presidencial em 2016. Foi acusado ainda de ter pagado 150 mil dólares e 130 mil dólares, respetivamente, à atriz pornográfica Stormy Daniels e à ex-modelo da Playboy, Karen McDougal, alegadamente para as subornar e garantir o seu silêncio. O antigo chefe de estado norte-americano nega as acusações em todos os processos.

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