Notícia
Serviços públicos em Portugal são ‘assim-assim’
Escolas, universidades e polícias são os serviços públicos que mais satisfação geram entre os portugueses. Tribunais e Segurança Social encontram-se na ponta oposta, segundo um inquérito promovido pelo Portal da Queixa.
Nem muito satisfatórios, nem maus em demasia. A opinião dos portugueses relativamente à qualidade dos serviços públicos é "assim-assim", colocando-os sensivelmente no meio da tabela de classificações. As escolas e as polícias merecem as melhores notas, por oposição aos tribunais e à Segurança Social, que recolhem as piores pontuações.
Segundo um inquérito promovido pelo Portal da Queixa em parceria com a Netquest, os portugueses têm uma opinião moderadamente positiva sobre o atendimento e a qualidade do serviço prestado pelos organismos do Estado – em média, de 0 a 10, atribuem-lhe uma pontuação de 5,56.
A avaliação concreta de cada serviço público não regista uma amplitude muito grande de classificações médias, mas as oscilações permitem tirar algumas conclusões sobre o que funciona melhor e pior na opinião dos inquiridos. Assim, a nota máxima, de 6,27, é atribuída às escolas e universidades, seguida pela PSP e pela GNR (pontuação média de 6,02). Na ponta oposta, estão os tribunais, com nota negativa de 4,54 e a Segurança Social (4,75).
Segundo os autores do estudo, são os mais jovens (com menos de 30 anos) que apresentam os maiores níveis de satisfação, por contraponto aos mais velhos, que se mostram mais insatisfeitos, tendo nalguns casos traduzido a sua insatisfação em queixas dos serviços públicos.
Para 77% dos inquiridos, o principal problema são os tempos de espera e demora nas respostas, seguido pela incompetência ou inércia (53%) e a falta de formação no atendimento (para 49%).
Quem reclama não gosta da resposta
Entre os que fazem uma queixa formal dos serviços do Estado, o tempo de espera ronda os 33 dias em média. Uma vez mais, o Centro Nacional de Pensões (48 dias), os Tribunais (45 dias) e a Segurança Social (36 dias) são os mais morosos, por contraponto a uma maior agilidade das universidades e escolas (24 dias em média) e da PSP e GNR (27 dias).
Embora haja quem fique esclarecido, o resultado das queixas continua a deixar uma maioria insatisfeita.
O inquérito foi levado a cabo a nível nacional no final de 2016 a 5.653 pessoas, distribuídas pelas cidades de Lisboa (32%), Porto (18%), Setúbal (11%), Braga (6%) e Aveiro (6%) entre outras. Quanto à faixa etária, 20% tinha até 30 anos, 26% entre 31 e 40 anos, 24% entre 41 e 50 anos e 30% com 51 ou mais anos.
O Portal da Queixa, promotor do inquérito, foi lançado em 2009 como um meio de intermediação entre os consumidores e os prestadores de serviços. Até ao momento, "recebeu mais de 55.000 reclamações, apresentadas por uma comunidade de 115 mil utilizadores registados online", adiantam.