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PJ e Ministério Público fazem novas buscas em empresa do GES

A Polícia Judiciária e o Ministério Público estão a realizar esta quinta-feira, 21 de Maio, dezenas de novas buscas no âmbito do caso BES, por suspeitas de fraude fiscal, avança o Correio da Manhã. Salgado é um dos alvos.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 21 de Maio de 2015 às 10:05
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A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público estão a realizar dezenas de buscas no âmbito do caso BES, por suspeitas de fraude fiscal. Ricardo Salgado é um dos visados das buscas desta quinta-feira, 21 de Maio, adianta o Correio da Manhã. O Ministério Público confirma que o centro da acção judicial é uma empresa: os jornais garantem tratar-se da Espírito Santo Property. 

 

"Confirma-se que o Ministério Público, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), realiza buscas no âmbito das investigações relacionadas com o denominado 'Universo Espírito Santo'", confirmou ao Negócios fonte oficial da Procuradoria-Geral da República. O DCIAP é o departamento do Ministério Público que investiga os grandes crimes económicos. 

 

A PGR apenas confirma que as "diligências decorrem nas instalações de uma empresa, em Lisboa". Não foi identificada a empresa em causa. O Diário Económico avança que em causa está a Espírito Santo Property, empresa do sector imobiliário do antigo Grupo Espírito Santo, uma informação também confirmada pelo Expresso. 

 

A ES Property encontra-se em processo especial de revitalização, tendo escapado ao pedido imediato de insolvência, como aconteceu com muitas outras sociedades do Grupo Espírito Santo.

 

A CMTV adianta que as buscas começaram por volta das 9h, acrescentando que estão a ser apreendidos documentos. A operação deverá decorrer durante todo o dia e os investigadores estarão concentrados neste processo, que é o principal. Ou seja, diferente daquele relativo ao Monte Branco, que em Julho do no ano passado levou à detenção de Ricardo Salgado para interrogatório no Tribunal Central de Instrução Criminal, e obrigou o ex-banqueiro a pagar uma caução de três milhões de euros para sair em liberdade.

 

Segundo a mesma fonte, o Ministério Público não prevê efectuar detenções durante esta quinta-feira, a não ser que seja encontrada documentação surpreendente durantes estas buscas. Por outro lado, é previsível que seja efectuado o arresto de mais bens e a constituição de mais arguidos neste processo.

 

O arresto

 

No final da semana passada, por ordem do juiz Carlos Alexandre, foi executada pelo Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária a apreensão de mais de 500 bens de Ricardo Salgado e da família Espírito Santo – muitos deles activos da Rioforte – para evitar a disseminação do património antes da conclusão das investigações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

 

Segundo publicou o Correio da Manhã na quarta-feira, foram apreendidas várias residências na Quinta da Penha, parte do condomínio das residências do Estoril Palácio Hotel, casas na Quinta Patino e empreendimentos turísticos, como um resort em Portimão. 

Já a Herdade da Comporta escapou, pelo menos para já, ao arresto preventivo de bens do antigo Grupo Espírito Santo (GES) determinado pelo Ministério Público. No entanto, a decisão que bloqueia imóveis e outro tipo de património abrange outra propriedade emblemática da família Espírito Santo, a Quinta do Peru, de acordo com a edição do Negócios esta quinta-feira, 21 de Maio.

 

Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República informou que o arresto preventivo de que foram alvo as pessoas e empresas do chamado Universo Espírito Santo "é uma medida de garantia patrimonial que visa impedir uma eventual dissipação de bens que ponha em causa, em caso de condenação, o pagamento de quaisquer quantias associadas à prática do crime, nomeadamente a indemnização de lesados ou a perda a favor do estado das vantagens obtidas com a actividade criminosa".

(Notícia actualizada com mais informação pela última vez às 13h40 com confirmação oficial do Ministério Público)

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