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Operação Marquês: Últimas buscas e audições dificultam prazos do inquérito

O Expresso refere que o antigo grupo Espírito Santo esteve na mira de novas buscas esta terça-feira no âmbito da operação que envolve Sócrates. O Correio da Manhã avança que prazo para finalizar investigação pode ser adiado por não mais que dez dias.

Sócrates e Salgado ainda sem acusação: A Operação Marquês, que envolve José Sócrates, chegou a ter o fim da investigação marcado para Setembro, mas o prazo foi estendido até Março de 2017 e o principal arguido viu as medidas de coacção aliviadas. O caso já deu origem a uma investigação à PT/Oi e à operação 'O negativo', que levou à detenção do ex-presidente do INEM Luís Cunha Ribeiro. Também o ex-banqueiro Ricardo Salgado viu as medidas de coacção alteradas.
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Negócios 14 de Março de 2017 às 19:28
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A três dias do fim do mais recente prazo estabelecido para concluir o inquérito no âmbito da Operação Marquês, que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates, as buscas feitas nas últimas horas e as audições de arguidos ainda por realizar estão a dificultar o cumprimento dos prazos da acusação do Ministério Público.

De acordo com o Expresso, esta terça-feira à tarde decorreram as últimas buscas do caso, neste caso junto do ex-Grupo Espírito Santo, que a investigação suspeita que tenha pago "luvas" ao antigo governante através do "saco azul" da ES Enterprise.

A edição de hoje do Correio da Manhã dava conta de que só esta quarta-feira é que será tomada a decisão de prolongar ou não para lá de 17 de Março o prazo para terminar o inquérito. Em causa está uma reunião entre os procuradores do processo e Amadeu Guerra, o coordenador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

Na sequência desse encontro, a procuradora-geral da República Joana Marques Vidal decidirá se dá mais alguns dias – o CM refere que não serão mais do que dez – para concluir a investigação liderada por Rosário Teixeira, uma hipótese que é crescentemente considerada por várias fontes referidas pelo Expresso.

Diogo Gaspar Ferreira, antigo responsável por Vale de Lobo – o empreendimento envolvido na operação em que Sócrates está indiciado por corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada – ainda será ouvido esta quarta-feira.

Já o Expresso acrescenta que Armando Vara não terá recebido a notificação para ser ouvido - neste caso, o CM diz mesmo que não voltará a ser interrogado já que "não há qualquer facto novo apurado após a prisão para o confrontar." José Paulo Pinto de Sousa, o primo de Sócrates que vive em Angola, deverá ser ouvido esta semana, na sexta-feira. A ex-mulher do antigo primeiro-ministro, Sofia Fava, tinha audição marcada para esta terça-feira.

Ontem o jornal i noticiava que a acusação a Sócrates não deverá estar fechada antes de meados de Abril e que os procuradores precisariam de mais um mês para ultimar a acusação depois de voltar a ouvir os arguidos.

Em causa está também o atraso no envio da resposta a uma carta rogatória remetida pelas autoridades portuguesas às homólogas suíças. Neste país, Henrique Granadeiro – antigo 'chairman' da PT e um dos arguidos da Operação Marquês – terá uma conta onde alegadamente recebeu 24 milhões de euros a partir do GES. Ainda segundo o i, Granadeiro terá tentado impedir que as autoridades cedessem ao Ministério Público português a identificação daquela conta.

Também esta segunda-feira os procuradores terão confrontado José Sócrates com novas provas de que o governante terá recebido pagamentos milionários de Salgado, via ES Enterprise, valores que foram parar a contas do amigo Carlos Santos Silva. Sócrates terá reclamado ser "mentira" que os 32,8 milhões de euros lhe pertençam e que Santos Silva lhe emprestava dinheiro sem pedir nada em troca.

Depois de inquirido, o próprio Sócrates, em declarações citadas pela Lusa, disse que não o "espantaria nada que adiassem outra vez [a conclusão do inquérito]".

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