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Montenegro: "Não há vacas sagradas nem do lado da política nem do lado da Justiça"

O presidente do PSD afirmou este sábado ter "convicção plena e profunda" que antecessores cumpriram a lei e considerou que "Houve uma desproporção" entre a ação das autoridades e o objeto de investigação.

Montenegro assumirá funções plenas na liderança do PSD a 3 de julho.
Ricardo Castelo
15 de Julho de 2023 às 15:32
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O presidente do PSD disse este sábado ter "convicção plena e profunda" de que os seus antecessores cumpriram as normas do funcionamento partidário e considerou que houve "uma desproporção" nas buscas de que o partido foi alvo esta semana.

 

"Como presidente do PSD tenho a convicção plena e profunda de que o meu partido, os meus antecessores, cumpriram tudo aquilo que são as normas de funcionamento partidário incluindo as que se relacionam com o grupo parlamentar", afirmou Luis Montenegro, no Porto, no final de uma reunião do Conselho Estratégico Nacional (CEN).

 

O líder social-democrata considerou ainda que as buscas feitas na quinta-feira a instalações do partido e a casa de funcionários e do ex-presidente do PSD Rui Rio são o "normal e natural no âmbito de uma investigação" mas disse que houve desproporcionalidade no processo.

 

"Houve uma desproporção entre aquilo que foi a ação das autoridades investigatórios, os elementos que foram recolhidos e o objeto de investigação", disse.

"Não há vacas sagradas nem do lado da política nem do lado da Justiça", frisou.

Para Luis Montenegro "há coisas que são, de facto, difíceis de explicar" e deu exemplos: "Como é que se fizeram clonagens de vários equipamentos eletrónicos, computadores, na sede nacional do partido, como é que se levou o telefone pessoal de um ex-líder do PSD por esta razão, não há nenhuma razão que nós possamos compreender em que diligências dessas possam ser úteis a cumprir aquilo que é esta investigação", apontou.

O líder social-democrata, que revelou ter falado com Rui Rio sobre as buscas, lembrou que o PSD enviou uma carta à Procuradora-Geral da República para que ela "possa cuidar de salvaguardar os elementos que foram recolhidos" nas buscas.

"Não podemos aceitar nenhum tipo de condicionamento a nossa ação política. Há elementos que são nossos, de ponderação, de conteúdo politico, de comunicações que nos temos com outras entidades e só queremos que nada disso possa ser objeto de qualquer devassa que possa interferir no nosso trabalho politico", enumerou.

Montenegro referiu que todos têm que se "cingir a princípios de cumprimento da lei, de proporcionalidade, de adequação, de necessidade" e que "não se deve fazer mais do que aquilo que é necessário para cumprir um determinado objetivo".

 

Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos informáticos e financeiros para um conjunto de 20 buscas, incluindo na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional deste partido.

 

A CNN noticiou estas buscas em primeira mão, cerca das 10:30, com equipas em direto no exterior da residência de Rui Rio, no Porto, e junto à sede nacional do PSD, em Lisboa, referindo que aconteciam por "suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder".

 

Segundo a CNN, em causa está a utilização, considerada indevida, de verbas para os gabinetes dos grupos parlamentares com pessoal em funções para o partido fora do parlamento.

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