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Fundador de grupo chinês que queria o Novo Banco condenado a 18 anos de prisão

Wu Xiaohui já se tinha dados com culpado de fraude. Hoje conheceu a sentença que determinou a sua prisão nos próximos 18 anos.

Reuters
10 de Maio de 2018 às 13:09
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O antigo "chairman" do grupo Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, foi considerado culpado de fraude e desvio de fundos. O tribunal condenou-o a uma pena de prisão de 18 anos, de acordo com a imprensa internacional.

 

Wu Xiaohui terá ainda de devolver 10,5 mil milhões de yuans (1,4 mil milhões de euros), bem como propriedades, acções, empresas e outros activos que estavam congelados.

 

Wu Xiaohui foi detido em 2017 e, em Fevereiro passado, o regulador chinês assumiu as operações do Anbang Insurance Group, depois de uma vaga de aquisições por todo o mundo ter suscitado dúvidas sobre a origem do dinheiro e a sustentabilidade do grupo.

 

O tribunal considerou que Wu Xiaohui angariou 65,2 mil milhões de yuans através da venda de produtos de seguro que excediam os limites da regulação, além de ter desviado 10 mil milhões de yuans de um fundo do grupo Anbang.

 

O magnata possuía e controlava mais de 200 empresas que detinham participações na Anbang, de forma a assegurar um "controlo absoluto" sobre o grupo.

Em 2011, por decisão de Wu, a seguradora lançou um novo produto para investidores e falsificou documentos para obter a aprovação da Comissão Reguladora de Seguros da China.

O regulador impôs limites às vendas daquele produto, com base no estado financeiro da Anbang, mas Wu emitiu relatórios de contas falsos para convencer os investidores da sustentabilidade do grupo.

 

Em Agosto de 2015, o grupo Anbang não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco, numa corrida em que participaram também os chineses do Fosun e o fundo de investimento norte-americano Apollo.

Wu, cuja empresa se tornou mundialmente famosa, em 2014, ao comprar o icónico hotel de Nova Iorque Waldorf Astoria, por 1.950 milhões de dólares, é um dos multimilionários mais conhecidos da China. A sua mulher é neta de Deng Xiaoping, o "arquitecto-chefe das reformas económicas" que abriram o país asiático à economia de mercado.

A indústria dos seguros na China foi nos últimos dois anos abalada por vários casos de fraude. Em Setembro passado, o anterior director da Comissão Reguladora de Seguros da China foi julgado por receber subornos, enquanto executivos do sector foram punidos por corrupção e má gestão.

Criada em 2004, com sede em Pequim, a Anbang tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 227 mil milhões de euros, segundo o seu 'site' oficial.

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