Notícia
Foram constituídos quatro arguidos no caso da reconstrução de casas em Pedrógão Grande
O Ministério Público informou que quatro dos requerentes de apoios à reconstrução de casas atingidas pelo incêndio de Pedrógão Grande foram constituídas arguidas no âmbito da investigação em curso a irregularidades detectadas.
19 de Setembro de 2018 às 15:09
Quatro requerentes de apoios para a reconstrução de casas em Pedrógão Grande foram constituídos arguidos no inquérito que investiga alegadas irregularidades no processo, informou hoje o Ministério Público.
Numa nota publicada hoje na página electrónica do Departamento de Instrução e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, é referido que foram "até agora constituídos quatro arguidos entre os requerentes de apoios", no âmbito do inquérito onde se investigam suspeitas de irregularidades relacionadas com a reconstrução de casas afectadas pelo grande incêndio de Pedrógão Grande.
Segundo o DIAP de Coimbra, em investigação "estão factos susceptíveis de integrarem os crimes de corrupção, participação económica em negócio, burla qualificada e falsificação de documento".
Os arguidos encontram-se sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência, acrescenta a mesma nota publicada na página do DIAP de Coimbra, referindo que as investigações prosseguem sob direcção desta entidade, "com a coadjuvação da Polícia Judiciária".
Em causa estão denúncias feitas por duas reportagens, uma da Visão e outra da TVI, que aludiam a situações eventualmente ilegais na atribuição de fundos para a reconstrução de habitações.
As duas reportagens referiam que casas que não eram de primeira habitação foram contempladas com obras em detrimentos de outras mais urgentes e também que casas que não arderam foram reconstruídas com fundos solidários.
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, disse não ter dúvidas sobre os procedimentos formais, mas, ainda assim, enviou para ao Ministério Público 21 processos para análise.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, Valdemar Alves, também negou estas acusações, mas enviou igualmente para análise um conjunto de processos.
No dia 12, a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Pedrógão Grande e também na Casa da Cultura, onde esteve sediado o gabinete que analisava os processos sobre a reconstrução das casas e que era coordenado por Bruno Gomes, um ex-vereador e agora afastado da posição.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande anunciou hoje ter pedido a saída do Conselho de Gestão do Fundo Revita, estrutura criada pelo Governo na sequência do incêndio de Junho de 2017 naquele concelho.
Além da sua saída, Valdemar Alves optou por substituir Bruno Gomes, antigo vereador e técnico do município que coordenava o gabinete responsável pelos processos de reconstrução de casas destruídas pelo fogo e que tinha assento na comissão técnica do Revita.
O incêndio que deflagrou em 17 de Junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
Numa nota publicada hoje na página electrónica do Departamento de Instrução e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, é referido que foram "até agora constituídos quatro arguidos entre os requerentes de apoios", no âmbito do inquérito onde se investigam suspeitas de irregularidades relacionadas com a reconstrução de casas afectadas pelo grande incêndio de Pedrógão Grande.
Os arguidos encontram-se sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência, acrescenta a mesma nota publicada na página do DIAP de Coimbra, referindo que as investigações prosseguem sob direcção desta entidade, "com a coadjuvação da Polícia Judiciária".
Em causa estão denúncias feitas por duas reportagens, uma da Visão e outra da TVI, que aludiam a situações eventualmente ilegais na atribuição de fundos para a reconstrução de habitações.
As duas reportagens referiam que casas que não eram de primeira habitação foram contempladas com obras em detrimentos de outras mais urgentes e também que casas que não arderam foram reconstruídas com fundos solidários.
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, disse não ter dúvidas sobre os procedimentos formais, mas, ainda assim, enviou para ao Ministério Público 21 processos para análise.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, Valdemar Alves, também negou estas acusações, mas enviou igualmente para análise um conjunto de processos.
No dia 12, a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Pedrógão Grande e também na Casa da Cultura, onde esteve sediado o gabinete que analisava os processos sobre a reconstrução das casas e que era coordenado por Bruno Gomes, um ex-vereador e agora afastado da posição.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande anunciou hoje ter pedido a saída do Conselho de Gestão do Fundo Revita, estrutura criada pelo Governo na sequência do incêndio de Junho de 2017 naquele concelho.
Além da sua saída, Valdemar Alves optou por substituir Bruno Gomes, antigo vereador e técnico do município que coordenava o gabinete responsável pelos processos de reconstrução de casas destruídas pelo fogo e que tinha assento na comissão técnica do Revita.
O incêndio que deflagrou em 17 de Junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.