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Buscas do Ministério Público deixam PS e PSD debaixo de fogo

Ao todo foram mais de 20 Câmaras, uma delas a de Lisboa, a receberem esta quarta-feira a visita da Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção, tráfico de influências ou financiamento proibido. PS e PSD estão na mira.

Miguel Baltazar
27 de Junho de 2018 às 22:31
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Cerca de 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias em escritórios de advogados, instalações partidárias e em duas dezenas de autarquias, entre as quais a de Lisboa.  Eis o balanço da Operação Tutti Frutti desencadeada esta quarta-feira pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP).

Segundo fonte oficial da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, no inquérito  investigam-se crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Entre as instalações partidárias visitadas pelos investigadores estarão a Comissão Distrital de Lisboa do PSD e a Concelhia de Lisboa do PS, de acordo com a Sábado.

Além da Câmara de Lisboa, terão sido ainda visitadas autarquias de Esposende, Famalicão, Vila Nova de Gaia, Barcelos, Santa Maria da Feira, Póvoa de Lanhoso, Marinha Grande, Golegã, Cascais, Loures, Oeiras, Faro e Ponta Delgada.

Em todas o Departamento Central de Investigação e Acção Penal recolheu documentação, sendo que, no caso concreto de Lisboa, foram igualmente realizadas buscas às Juntas de Freguesia do Areeiro, Santo António, Estrela, Alvalade, Parque das Nações, Penha de França e Benfica e também em Carnaxide, e Arruda, noticia também a Sábado.

Fernando Medina confirmou  as buscas nos serviços municipais no âmbito de um inquérito do MP, mas segundo o autarca "não tiveram como objecto directamente" a Câmara, mas um processo mais vasto". Terão sido visitados os gabinetes do próprio Medina e dos vereadores socialistas Manuel Salgado e Duarte Cordeiro. Este último garantiu ter sido facultada toda a informação pedida.

Também o PSD garante que o espírito é de total cooperação, no sentido do apuramento da verdade. José Silvano, secretário-geral, confirmou as buscas da Polícia Judiciária à Comissão Distrital de Lisboa do PSD e afirmou que o partido iria "disponibilizar todos os documentos pedidos, e espaço para a sua consulta, sem restrições". Silvano frisou que a investigação que está a decorrer incide "sobre factos anteriores à eleição deste líder e desta direcção".

E salientou que "quando assumimos a direcção do partido, Rui Rio e eu próprio assumimos publicamente estes princípios: não tínhamos medo de nada nem de ninguém, o mandato para que fomos eleitos teria como foco principal o combate à corrupção, compadrios e falta de transparência na vida política e nunca colocaríamos quaisquer obstáculos à procura da verdade, doesse a quem doesse". Ainda assim, disse, os sociais-democratas não pretendem, para já, abrir nenhum averiguação interna: "Não somos um órgão de investigação criminal", avisou.

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