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OMS aconselha impostos sobre refrigerantes para combater obesidade

No Dia Mundial da Obesidade, a Organização Mundial de Saúde vem alertar para os perigos do excesso de bebidas açucaradas e defender mais impostos como forma de redução do consumo. Um caminho que o Governo PS se prepara para seguir já no próximo OE.

Pedro Aperta/Negócios
11 de Outubro de 2016 às 16:28
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Os Governos devem avançar com impostos sobre as bebidas açucaradas, como forma de combater problemas de saúde graves como a obesidade ou a diabetes. O Conselho é da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual, um aumento de 20% nos preços dos refrigerantes pode reduzir o consumo em igual proporção.

 

Num relatório divulgado esta terça-feira, 11 de Outubro, a propósito do dia Mundial da Obesidade, que hoje se assinala, a OMS salienta que, apesar dos perigos do sal e dos alimentos processados, beber menos bebidas com açúcar, leia-se, refrigerantes, é a melhor forma para combater o excesso de peso e prevenir algumas doenças crónicas, como a diabetes.

 

O relatório da OMS, denominado "Políticas Fiscais para Dieta e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis, é apresentado numa altura em que o Governo português se prepara, precisamente, para avançar com um imposto sobre os refrigerantes. A medida deverá constar já no Orçamento do Estado para 2017, que será apresentado no próximo dia 14 no Parlamento. Ainda não é conhecida na sua totalidade, mas deverá implicar um aumento de, no escalão máximo, 16,44 cêntimos por litro.

 

Para a OMS esse é o caminho certo. "Estamos hoje em dia em condições de afirmar que há evidências suficientes no sentido de avançar com este tipo de impostos e encorajamos os governos a criar taxa efectivas de imposto sobre bebidas açucaradas como forma de prevenir a obesidade", afirmou Temo Waqanivalu, responsável pelo departamento de doenças não transmissíveis e promoção da saúde da OMS citado pela agência Reuters.

 

A OMS inclui na definição de bebidas açucaradas "todos os tipos de bebidas que contêm açúcares livres", o que inclui refrigerantes, bebidas de frutas, refrigerantes em pó, bebidas energéticas e desportivas, leites aromatizados, bebidas espirituosas, bebidas matinais e até mesmo sumos 100% de fruta", concretizou Temo Waqanivalu.

 

Em Portugal o Governo não irá, por agora, tão longe. O novo imposto abrangerá os refrigerantes, deixando de fora bebidas doces à base de leite, os sumos e os néctares.

 

A Reuters cita o exemplo do México, que introduziu uma taxa sobre bebidas açucaradas em 2014 e, na sequência de um aumento de preços na ordem dos 10%, registou uma redução em 10% no consumo deste tipo de bebidas.

 

Pelas contas da OMS, os casos de obesidade mais do que duplicaram em todo o mundo entre 1980 e 2011. A doença afecta mais de 500 milhões de pessoas e são sobretudo as mulheres as mais atingidas. A OMS estima que 15% das mulheres são obesas, contra 11% dos homens.

 

E o problema começa a sentir-se logo entre as crianças. A OMS estima que, em 2015, haveria 42 milhões de crianças com menos de cinco anos já com problemas de obesidade. Um aumento de cerca de 11 milhões num período de 15 anos. Os Estados Unidos têm o maior número de obesos per capita, mas a China tem também já números muito próximos.

 

Uma "epidemia mortal", alimentada, em grande partem precisamente pelo consumo de bebidas açucaradas, considera a OMS. 

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