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Rui Baleiras: Novas regras europeias vão ser "difíceis" e "exigir escolhas"
Regras da Comissão Europeia vão obrigar o país a fazer escolhas, admite o coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), em entrevista ao Negócios.
O coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), Rui Baleiras, admite que vai ser difícil cumprir os tetos de despesa acordados com a Comissão Europeia, mas que será possível fazê-lo, desde que o Governo "faça escolhas", sobretudo a partir de 2027.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital, Rui Baleiras começa por sublinhar que, ao contrário do que acontecia anteriormente, as novas regras orçamentais da Comissão Europeia comprometem o Governo para um período de médio prazo.
"Os tetos de despesa primária líquida [acordados com Bruxelas] são imperativos. E haverá sanções se eles frem ultrapassados", afirmou o economista.
No caso português, a despesa líquida pode subir 5% em 2025 e 5,1% em 2026. Mas em 2027 não pode subir mais do que 1,2%. E é a partir daqui, considera o coordenador da UTAO, que o país "terá escolhas políticas a fazer".
É pelo aumento de despesa já comprometido para o próximo ano e seguintes, com o Orçamento do Estado aprovado, que o Conselho das Finanças Públicas, disse, recentemente, que Portugal arrisca furar não só os tetos como a margem de salvaguarda definida por Bruxelas.
Mas Rui Baleiras não se mostrou preocupado. "Eu admito que isto vai ser difícil. Vai exercer fazer escolhas, mas é isso que a gente precisa. Nós temos que fazer escolhas".