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Rio ainda não decidiu voto no OE 2020, mas teme posição dos deputados da Madeira
O líder dos sociais-democratas precisa de mais tempo para analisar a proposta do Orçamento do Estado para 2020. Para já, não há voto decidido, mas Rio admitiu que pode haver um problema com a posição dos deputados madeirenses do PSD.
Rui Rio remeteu para mais tarde a posição oficial do PSD sobre a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020), explicando que ainda está a analisar o documento. No entanto, o líder dos sociais-democratas antecipou que pode haver um "problema" com o sentido de voto dos deputados madeirenses do PSD.
"O PSD ainda está a analisar, vamos concluir isso num prazo naturalmente razoável", explicou Rio à saída da audição com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito do OE 2020, prometendo o "devido cuidado da análise de um orçamento" em declarações transmitidas pela RTP3 e a SIC Notícias.
Ainda assim, Rio sugeriu que irá votar contra, argumentando que a proposta de Orçamento "corresponde ao programa do PS e não ao programa do PSD". "Provavelmente não estará de acordo com o programa do PSD", disse, referindo que "o mais previsível é que condene o Orçamento".
Contudo, há, nas palavras de Rio, um "problema latente": o Expresso noticiou que os três deputados eleitos pelo PSD Madeira poderão votar a favor ou absterem-se na votação do OE 2020 no Parlamento, potencialmente um voto em direção contrária ao dos restantes deputados sociais-democratas. Caso o PS assegure o apoio ou a abstenção do PAN, Livre e destes três deputados, o OE 2020 poderá ser viabilizado sem o voto do PCP ou do BE.
Questionado pelos jornalistas, o líder do PSD admitiu que ainda não falou com nenhum deputado da Madeira ou o líder regional, Miguel Albuquerque (também presidente do Governo Regional da Madeira), e que não decidiu porque não há "nada para decidir", recusando fazer mais comentário para não alimentar a polémica. Ainda assim, assumiu que a situação "não é normal, como é evidente".
Ontem, pela voz do deputado Afonso Oliveira, o PSD tinha dito que este era um Orçamento de continuidade "pelas más razões". "Mais uma vez, o OE reflete uma previsão de investimento público nas várias áreas que é sensivelmente igual ao que previa para 2019, ano que não concretizou grande parte do investimento. Portanto, demonstra mais uma vez uma continuidade na capacidade de prever investimento e de não o fazer", disse o deputado social-democrata.
Já ontem à noite, à entrada de um jantar com militantes em Oeiras, segundo a Lusa, Rui Rio disse que era "absolutamente evidente" que a carga fiscal aumentava neste OE 2020. "Quando o primeiro-ministro diz que é um Orçamento do Estado de continuidade, se aumentar a carga fiscal é de continuidade, que tem aumentado desde que o PS assumiu a governação em 2016", disse.
De acordo com as previsões do Governo no relatório do OE 2020, a carga fiscal irá aumentar de 34,9% do PIB em 2019, igual ao valor de 2018, para os 35,1% do PIB em 2020, o que a concretizar-se será o valor mais elevado desde 1995, ano em que começa a série histórica do Instituto Nacional de Estatística (INE).
(Notícia atualizada às 19h59 com mais informação)