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Investimento público deverá crescer para 3,5% do PIB em 2025 com impulso dado pelo PRR
A previsão consta da proposta orçamental apresentada pelo Governo na Assembleia da República. Impulso será dado pela execução de investimentos estruturantes previstos no PRR, nomeadamente nas áreas de Mobilidade, Infraestruturas, Habitação e Defesa Nacional.
O investimento público deverá aumentar para 3,5% do PIB em 2025, segundo a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025). Esse aumento será conseguido, em grande medida, com o impulso dado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Para o crescimento da despesa com investimento público concorrem em grande medida os projetos de investimentos estruturantes, fortemente influenciados pelos projetos promovidos pelo Plano de Recuperação e Resiliência", lê-se no relatório que acompanha a proposta de OE2025. O Governo prevê que o montante global dos investimentos estruturantes irá ultrapassar os 17.500 milhões de euros no próximo ano.
Entre esses investimento destacam-se as áreas associadas à "Mobilidade, Infraestruturas e Comunicações (Ferrovia 2020 e Expansão da Rede), à Habitação (Reformas para resolver a crise) e à Defesa Nacional (incluindo a Lei de Programação Militar)".
Este ano, o Governo estima que o investimento público tenha ascendido a 3,2% do PIB. Em comparação com o ano anterior, a estimativa do Governo aponta para um aumento substancial do investimento público este ano, tendo em conta que, em 2023, foram investidos 6,7 mil milhões de euros, o equivalente a 2,5% do PIB.
Na última década, Portugal tem tido uma das mais baixas taxas de investimento público da Zona Euro. Esse baixo investimento público tem levado a uma deterioração dos bens e serviços públicos. Aliás, o investimento líquido das administrações públicas, que traduz a diferença entre o investimento e o consumo de capital fixo (desgaste das infraestruturas), foi negativo pelo 14.º ano consecutivo em 2023.
O Conselho de Finanças Públicas (CFP) tem alertado para a deterioração do investimento público líquido, sublinhando que "esta incapacidade de repor o stock de capital, que subsiste desde 2012, prejudica o potencial de crescimento económico".