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Centeno: "Redução do défice não foi à custa da Saúde"
Confrontado pela oposição, da esquerda à direita, com dezenas de problemas no sector da Saúde por falta de dinheiro, Mário Centeno repetiu até à exaustão que a despesa do SNS já subiu 700 milhões, depois do corte de mil milhões na anterior legislatura.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou ontem no Parlamento que "a redução do défice não foi à custa da Saúde". Foi a resposta aos deputados da oposição, da esquerda à direita, que o confrontaram com dezenas de problemas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) por falta de dinheiro, seja para pagar obras há muito identificadas ou para contratar mais profissionais.
Mário Centeno foi convocado pelo PSD e CDS para ir à comissão parlamentar conjunta do Orçamento e da Saúde, e foi logo acusado pela deputada centrista Isabel Galriça Neto de impor um "um garrote" financeiro ao sector com "consequências desastrosas" no funcionamento dos serviços. Depois de enumerar vários problemas concretos, a deputada do CDS concluiu que "a austeridade está bem patente na Saúde" e que Centeno "é o principal responsável".
Na resposta, o ministro das Finanças começou por recordar que o anterior governo cortou mil milhões de euros na saúde e que desde que assumiu funções a despesa do SNS já subiu em 700 milhões. Mais à frente, até enumerou o aumento das verbas em várias rubricas em relação ao que estava previsto no próprio Programa de Estabilidade.
Mário Centeno revelou em seguida que nos últimos três anos entraram 8480 profissionais no SNS, dos quais 3926 enfermeiros, 2795 médicos, 460 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 778 assistentes operacionais. "Se o aumento dos recursos humanos não é cuidar da saúde dos portugueses não sei o que é", disse.
O ministro revelou ainda que do pacote de 1400 milhões de euros aprovado no final do ano passado para pagar dívidas em atraso, já foram utilizados 900 milhões, que até ao início de Abril já tinham sido identificadas 98% das facturas em atraso, e voltou a assumir o compromisso de "acabar com o ciclo de endividamento na Saúde".
Ricardo Baptista Leite, do PSD, bateu na mesma tecla ao afirmar que não se recordava "de um desgaste tão grande dos profissionais e uma degradação tão progressiva dos serviços", acusando também o ministro de preferir "reduzir artificialmente o défice". Além de perguntar se ia demitir alguém pela má gestão no sector, o deputado social-democrata quis saber ainda Centeno quantos processos de autorização de despesa na Saúde tinha em cima da mesa para aprovação. A resposta a esta pergunta, feita repetidas vezes por vários deputados, chegou já na parte final da audição: "O número de processos que estão na minha secretária para aprovação é infinitamente menor do que quando assumimos o Governo".
Ao longo da audição, Mário Centeno não se cansou de repetir os números que levava para a comissão. Apesar de reconhecer que "as necessidades no SNS ainda são muitas", o ministro defendeu que os deputados "não podem desvalorizar o que tem sido feito". "Poderá não chegar. Podemos estar todos em concordância, o que não podemos é negar aquilo que são estes números, que são consequência da política deste governo", afirmou Centeno, frisando "o paradoxo de se estar a debater o sector da AP que teve o maior aumento orçamental neste período". "Até poderíamos dizer que somos todos Adalberto", acrescentou.
E foi já depois de ouvir a deputada do PCP, Carla Cruz, a defender que "a opção do Governo não pode ser pelo défice mas resolver os problemas das pessoas e do SNS", que Mário Centeno afirmou que "a redução do défice não foi feita à custa da Saúde".
Mário Centeno foi convocado pelo PSD e CDS para ir à comissão parlamentar conjunta do Orçamento e da Saúde, e foi logo acusado pela deputada centrista Isabel Galriça Neto de impor um "um garrote" financeiro ao sector com "consequências desastrosas" no funcionamento dos serviços. Depois de enumerar vários problemas concretos, a deputada do CDS concluiu que "a austeridade está bem patente na Saúde" e que Centeno "é o principal responsável".
A austeridade está bem patente na Saúde e o senhor é o principal responsável por essas opções. Isabel Galriça neto
Deputada do CDS
Deputada do CDS
Na resposta, o ministro das Finanças começou por recordar que o anterior governo cortou mil milhões de euros na saúde e que desde que assumiu funções a despesa do SNS já subiu em 700 milhões. Mais à frente, até enumerou o aumento das verbas em várias rubricas em relação ao que estava previsto no próprio Programa de Estabilidade.
Mário Centeno revelou em seguida que nos últimos três anos entraram 8480 profissionais no SNS, dos quais 3926 enfermeiros, 2795 médicos, 460 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 778 assistentes operacionais. "Se o aumento dos recursos humanos não é cuidar da saúde dos portugueses não sei o que é", disse.
O ministro revelou ainda que do pacote de 1400 milhões de euros aprovado no final do ano passado para pagar dívidas em atraso, já foram utilizados 900 milhões, que até ao início de Abril já tinham sido identificadas 98% das facturas em atraso, e voltou a assumir o compromisso de "acabar com o ciclo de endividamento na Saúde".
Não me recordo de um desgaste tão grande dos profissionais e uma degradação tão progressiva dos serviços. Ricardo baptista leite
Deputado do PSD
Deputado do PSD
Ricardo Baptista Leite, do PSD, bateu na mesma tecla ao afirmar que não se recordava "de um desgaste tão grande dos profissionais e uma degradação tão progressiva dos serviços", acusando também o ministro de preferir "reduzir artificialmente o défice". Além de perguntar se ia demitir alguém pela má gestão no sector, o deputado social-democrata quis saber ainda Centeno quantos processos de autorização de despesa na Saúde tinha em cima da mesa para aprovação. A resposta a esta pergunta, feita repetidas vezes por vários deputados, chegou já na parte final da audição: "O número de processos que estão na minha secretária para aprovação é infinitamente menor do que quando assumimos o Governo".
Ao longo da audição, Mário Centeno não se cansou de repetir os números que levava para a comissão. Apesar de reconhecer que "as necessidades no SNS ainda são muitas", o ministro defendeu que os deputados "não podem desvalorizar o que tem sido feito". "Poderá não chegar. Podemos estar todos em concordância, o que não podemos é negar aquilo que são estes números, que são consequência da política deste governo", afirmou Centeno, frisando "o paradoxo de se estar a debater o sector da AP que teve o maior aumento orçamental neste período". "Até poderíamos dizer que somos todos Adalberto", acrescentou.
O número de processos do Ministério da Saúde que estão na minha secretária para aprovação é infinitamente menor do que quando assumimos o Governo. Mário Centeno
Ministro das Finanças
Ministro das Finanças
E foi já depois de ouvir a deputada do PCP, Carla Cruz, a defender que "a opção do Governo não pode ser pelo défice mas resolver os problemas das pessoas e do SNS", que Mário Centeno afirmou que "a redução do défice não foi feita à custa da Saúde".