Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Pandemia agrava défice em mais de 7 mil milhões de euros

Défice das administrações públicas até setembro chegou aos 5.179 milhões de euros. Trata-se de um agravamento de 7.767 milhões de euros face ao período homólogo.

João Leão, ministro das Finanças, comprometeu-se com um défice de 4,3% e uma dívida de 130,9% do PIB, em 2021.
João Cortesão
27 de Outubro de 2020 às 16:06
  • ...

Até setembro, o saldo das administrações públicas registou um défice de 5.179 milhões de euros, o que constitui uma melhoria face aos 6.147 milhões de euros observados até agosto. Ainda assim, o saldo das administrações públicas foi arrastado pela pandemia e agravou-se em 7.767 milhões de euros face ao período homólogo.


"Este aumento do défice resulta do efeito combinado da redução da receita (-6,9%) e do crescimento da despesa (+5,2%)", refere o comunicado do Ministério das Finanças, que antecede a síntese da execução orçamental da Direção-Geral do Orçamento (DGO).


As medidas de lay-off explicam parte do aumento da despesa (837 milhões de euros), às quais se juntam "outros apoios suportados pela Segurança Social (410 milhões de euros)", bem como a "aquisição de equipamentos na saúde (382 milhões de euros)".


O gabinete de João Leão refere que o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi acelerado por causa da pandemia, atingindo, até setembro, 187 milhões de euros e "ultrapassando a execução completa do ano de 2019 (156 milhões de euros)". Contudo, é menos de metade do que foi inscrito no Orçamento Suplementar, em julho, quando o Parlamento decidiu alocar 436 milhões de euros ao SNS em 2020.


Ainda do lado dos gastos relacionados com a covid-19, verificou-se que a despesa com prestações de desemprego aumentou 23,1% e que o valor dos subsídios por doença cresceu 18,9%.


O Executivo salienta também a maior despesa com salários dos funcionários públicos ("3,4% corrigida de efeitos pontuais"). O comunicado refere que "o aumento das despesas com pessoal resulta ainda da conclusão do descongelamento das carreiras, destacando-se o aumento de 5,4% da despesa com salários dos professores".


Ao aumento da despesa, soma-se a quebra da receita que deriva da pandemia, como "a prorrogação das retenções na fonte (IRC e IRS) e pagamento do IVA" ou a "perda de receita contributiva associada à isenção de pagamento de TSU no âmbito do regime de lay-off simplificado".


Ao todo, o Ministério das Finanças conclui que as "medidas extraordinárias de apoio às famílias e empresas" correspondem a uma deterioração de 3.005 milhões de euros no saldo orçamental.



(Atualizado às 16h47 com mais informação)
Ver comentários
Saber mais Défice orçamento orçamento do estado para 2019 contas públicas João Leão
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio